Açoriano Oriental
Uma perda irreparável para o país afirma António Costa
O secretário-geral do PS e a direção socialista manifestaram hoje "profunda emoção e consternação" pelo falecimento de Maria de Jesus Barroso, mulher do ex-Presidente da República Mário Soares, considerando representar uma perda irreparável para o país.

Autor: Lusa/AO Online

Maria de Jesus Barroso morreu hoje, aos 90 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internada em estado grave desde 26 de junho.

"O PS e o seu secretário-geral, António Costa, manifestam a sua mais profunda emoção e consternação pelo falecimento da nossa camarada, fundadora e militante n.º 6, Maria de Jesus Simões Barroso Soares. A sua morte constitui uma perda irreparável para o PS e para o país, que nela sempre viu - e admirou - uma mulher de combate, com uma atividade incansável em prol dos seus ideais e das suas convicções", refere a nota de condolências subscrita pelo líder dos socialistas.

Em comunicado, o secretário-geral do PS destaca que Maria Barroso começou a demonstrar cedo uma atitude "indomável perante a vida ao abandonar uma carreira onde já era reconhecida como uma das melhores atrizes portuguesas para partilhar o combate pela democracia com o seu marido, Mário Soares, estando presente no ato fundador do PS, em 19 de abril de 1973, em Bad Munstereifel, na Alemanha".

"Mas Maria Barroso sempre teve uma voz e um papel próprios nesse combate", tendo sido candidata pela oposição democrática em 1969, salienta-se também no comunicado assinado pelo secretário-geral do PS.

Em relação ao período após o 25 de Abril de 1974, António Costa refere que Maria Barroso "constituiu sempre uma voz ativa em defesa dos valores da democracia e da solidariedade, incansável na defesa dos mais desfavorecidos e no combate à exclusão social".

"Em 1976 foi eleita pela primeira vez deputada pelo PS, tendo sido reeleita em mais três legislaturas. Maria Barroso foi uma exemplar primeira-dama de Portugal, com uma ação permanente e influente nos mais diversos domínios sociais. Depois disso foi presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, com a dedicação e o empenho de sempre. Viria a fundar a Fundação Pro Dignitate, em prol dos Direitos Humanos, com atividade em Portugal e nos países de Língua Oficial Portuguesa nessa área e na da prevenção da violência", refere o líder socialista.

António Costa destaca ainda Maria Barroso como pedagoga, "com uma ação notável à frente do Colégio Moderno" em Lisboa.

"Maria Barroso teve uma vida cheia, sendo sempre capaz de aliar essa sua intervenção na sociedade à sua sempre presente condição de mulher, mãe e avó. O PS acaba de perder hoje uma sua grande referência, uma militante notável e sempre empenhada. Portugal perde uma cidadã excecional", salienta o secretário-geral do PS.

A nota de condolências de António Costa termina com a citação de um poema de Sophia de Mello Breyner, que foi amiga de Maria de Jesus Barroso:

"Apesar das ruínas e da morte,

Onde sempre acabou cada ilusão,

A força dos meus sonhos é tão forte,

Que de tudo renasce a exaltação,

E nunca as minhas mãos ficam vazias".

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