Açoriano Oriental
Turismo coloca Algarve no topo da produção de resíduos por habitante
Com uma produção de lixo superior a 800 quilos por habitante, o Algarve é a região portuguesa onde se regista a maior quantidade de resíduos sólidos urbanos por morador, enquanto os três valores mais baixos pertencem ao Norte.
Turismo coloca Algarve no topo da produção de resíduos por habitante

Autor: Lusa / AO online

Segundo os dados mais atualizados da Sociedade Ponto Verde (SPV), os 16 concelhos que compõem a região mais a sul do país produziram 355 352 toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2008, quando a sua população total era de 421 528 habitantes, o que equivale a 843 quilos por pessoa.

A empresa intermunicipal que gere os resíduos de todo o Algarve justifica a capitação com o fato de o turismo, sobretudo a hotelaria e a restauração, ser a principal actividade económica e lembra que o cálculo está condicionado pela flutuação de população durante todo o ano, embora mais expressiva no verão.

Os turistas contribuem "fortemente" para a produção de resíduos, mas não são contabilizados na população residente.

"Só por este fato e se considerarmos que, embora não existam dados oficiais concretos, se estima que a população média presente (flutuante mais residente) é de 843 551 habitantes e que a produção de RSU foi de 423 284 em 2008 [valor superior ao da SPV], verificamos que a capitação é de 502 quilos por habitante", aponta a Algar.

A uma semana de disponibilizar gratuitamente os seus serviços para receber resíduos da iniciativa "Limpar Portugal", a empresa sublinha que na hotelaria e na restauração a produção de lixo é maior do que numa habitação familiar: "Basta pensar no que existe à disposição num buffet de um hotel e no que é realmente consumido".

Os três valores mais baixos de produção de RSU por habitante em 2008 (303, 338 e 346 quilos) registaram-se na região Norte, em três grupos de concelhos, o primeiro dos quais composto por Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Amarante, Marco de Canaveses, Mondim de Basto e Baião.

Os dados de 2009, ainda não apurados, poderão manter estes municípios e os dos outros dois grupos na primeira posição, já que as empresas que geriam cada um se fundiram no final do ano passado.

Apesar de ter o valor mais baixo, o Norte engloba quantidades muito variáveis que vão até aos 534 quilos por morador, no caso do sistema intermunicipal que engloba a cidade do Porto.

Na Madeira o número de quilos por residente é de 551 e nos Açores varia entre 352 e 565.

No Alentejo a diferença entre os vários valores é menor, mas dos quatro sistemas de gestão de resíduos três são superiores a 500 quilos e um deles apresenta a segunda maior quantidade do país (594 quilos por habitante, no litoral).

As regiões Centro e de Lisboa e Vale do Tejo reúnem grande parte dos valores intermédios: na primeira o lixo por habitante está entre os 356 e 526 quilos e na segunda vai de 437 a 492 quilos.

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