Açoriano Oriental
Tsipras acusa Portugal e Espanha de formarem "eixo contra Atenas"
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusou hoje Portugal e Espanha de formarem um "eixo contra Atenas" que tentou "derrubar o governo do Syriza" e fazer fracassar as negociações com o Eurogrupo sobre a dívida grega.
Tsipras acusa Portugal e Espanha de formarem "eixo contra Atenas"

Autor: Lusa/AO Online

“Deparámo-nos com um eixo de poderes, liderado pelos governos de Espanha e de Portugal que, por motivos políticos óbvios, tentou levar a Grécia para o abismo durante todas as negociações”, disse Tsipras numa reunião do comité central do seu partido, citado pela agência espanhola Europa Press.

“O seu plano era e é desgastar-nos, derrubar o nosso governo e levá-lo a uma rendição incondicional antes que o nosso trabalho comece a dar frutos e antes que o exemplo da Grécia afete outros países, principalmente antes das eleições em Espanha”, previstas para o final deste ano, acrescentou.

Numa entrevista hoje publicada no jornal Expresso, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirma que Portugal esteve “alinhado com todos os outros 17 países da zona euro” e diz que “pode ter havido politicamente a intenção de criar” a ideia de que Portugal teria sido um dos países mais exigentes com Atenas, “mas ela não é verdadeira”.

Segundo Tsipras, o plano do ex-primeiro-ministro conservador Antonis Samaras e do Partido Popular Europeu (PPE) - a família política europeia a que pertencem os partidos da coligação de governo em Portugal (PSD e CDS-PP) e o partido de governo em Espanha (PP) - era provocar um desgaste prematuro no governo Syriza.

“Tentaram empurrar-nos para concessões inaceitáveis, sob a ameaça de um colapso”, para semear a deceção na população e nas bases do Syriza, disse Tsipras, citado pela agência EFE.

O objetivo, afirmou, era fazer fracassar o governo grego ou, pelo menos, levar à formação de um executivo “de duvidosa legitimidade moral e política”, como o governo dirigido pelo tecnocrata Lukas Papademos, que liderou a Grécia interinamente após a demissão do social-democrata Georges Papandreou em 2011.

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