Autor: Lusa/AO online
Em causa na investigação da PSP estão crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, falsidade informática, favorecimento pessoal, denegação de justiça e prevaricação.
As 31 buscas foram efetuadas a residências, escritório de advogados, instalações e viaturas da PSP, instalações da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa, Departamento de Gestão Financeira da PSP e Polícia Municipal de Lisboa.
Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, elementos da divisão de trânsito da PSP, funcionários e juristas da ANSR, do IMT, e do Automóvel Club de Portugal e advogados dedicavam-se, pelo menos desde 2015, a identificar condutores que tinham sido alvo de contraordenações através do acesso indevido a bases de dados informáticos relacionados com a gestão de autos – SCOR e SIGA.
A troco de vantagens pecuniárias, eram obtidas decisões favoráveis aos condutores alvo de contraordenações de modo a eliminarem os dados do seu Registo Nacional de Condutores (RNC) ou a conseguirem segundas vias de cartas de condução.
Um dos suspeitos é funcionário do ACP, tendo o mandado de busca sido executado na sua residência e não nas instalações do Automóvel Club de Portugal, que, entretanto, em comunicado, refere que não realizadas "quaisquer buscas às suas instalações" e que "desconhece qualquer diligência relacionada com a referida investigação".
O inquérito da investigação é dirigido por magistrados da 9ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tendo a operação sido executada pela PSP em colaboração com a Unidade de Telecomunicações e Informática da Polícia Judiciária.