Açoriano Oriental
Suinicultores apelam à Comissão Europeia para que acabe com embargo à Rússia
Os suinicultores pediram "solidariedade" dos representantes da Comissão Europeia em Portugal para que negoceiem com a Rússia e acabem com o embargo à carne de porco.

Autor: Lusa/AO Online

 

“Há um problema que foi criado pela política comunitária que se prende com o embargo à Rússia em que o ministro russo da Agricultura está na ‘blacklist’ [lista negra] europeia e proibido de entrar no espaço europeu. Pedimos aqui um bocadinho de solidariedade do poder político da Comissão Europeia para que possam desbloquear a situação do ministro russo, as partes possam sentar-se à mesa e negociar”, disse o porta-voz do "gabinete de crise" dos suinicultores, João Correia.

O responsável falava aos jornalistas no final de uma audiência com os representantes da Comissão Europeia em Portugal e a quem entregaram um caderno reivindicativo com nove pontos destinados a combater a crise do setor e a apoiar a suinicultura em Portugal.

Além do levantamento do embargo à Rússia, João Correia destacou a urgência da conclusão das negociações com o Japão, um parceiro que poderia ajudar à manutenção do nível das exportações.

De acordo com o documento entregue aos jornalistas no final do encontro, os suinicultores reivindicam também a manutenção “da filosofia de ajudas a nível europeu” e um apoio para a utilização do excesso de gorduras para fins não alimentares como, por exemplo, o biodiesel.

O apelo à Comissão Europeia para que legisle no sentido de acabar com “as práticas comerciais abusivas e desleais da grande distribuição” em Portugal, a aplicação das normas de etiquetagem europeia nos diferentes Estados-membros, a implementação e um sistema de créditos à exportação, a reutilização das proteínas animais nas rações e o fim das barreiras sanitárias à exportação para países terceiros, dentro e fora da União Europeia, são outras exigências que constam do documento.

Até ao momento, e nos últimos três meses, a queda na produção já ronda os 25% e, dentro de três meses, esse valor pode ascender aos 50%, avisou ainda João Correia.

Enquanto decorria a reunião, em Lisboa, cerca de 80 suinicultores estiveram concentrados à porta do edifício exibindo cartazes e bandeiras de Portugal, mas em silêncio.

“Consuma fresco! Escolha português”, “Os países pobres têm direito a produzir”, “Queremos produzir em Portugal” e “A UE só serve os riscos” eram algumas das frases legíveis nos cartazes exibidos pelos produtores de carne de porco.

 

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