Autor: Lusa/AO online
“Nós, que sabemos perfeitamente o que é ser refugiado, sem casa e sem proteção do Estado, não conseguimos imaginar como é que um governo judeu pode enviar refugiados e requerentes de asilo para um caminho de sofrimento e morte”, dizem os 36 signatários israelitas de uma carta aberta publicada em inglês pelo diário israelita Haaretz, na véspera do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou no início de janeiro um plano relativo a cerca de 38.000 imigrantes clandestinos, principalmente eritreus e sudaneses, que são obrigados a partir voluntariamente com uma verba de 2.900 euros até ao final de março ou arriscam ser detidos até aceitarem deixar Israel.
O Ministério do Interior assegurou que os menores e os seus pais, assim como as mulheres não são afetados.
“Agimos contra imigrantes clandestinos que vêm para encontrar trabalho e não contra refugiados”, declarou Netanyahu no domingo.
“Israel continuará a dar asilo aos verdadeiros refugiados e fará partir os ilegais”, adiantou.
O chefe do governo não precisou para que países serão expulsos os imigrantes, sabendo que Israel reconhece tacitamente que não podem ser devolvidos ao Sudão ou à Eritreia sem pôr em risco as suas vidas.
Segundo a organização de ajuda aos refugiados e requerentes de asilo em Israel, sete eritreus conseguiram asilo em cerca de 10.000 que o pediram e apenas um sudanês, de um número não precisado de requerentes.
O Ministério do Interior disse que entre 2009 e 2017 foram aceites 11 pedidos de asilo.