Autor: Lusa/Aonline
Francisco Pimentel, do SINTAP/Açores, revelou à Lusa que "o sindicato recebeu imensas queixas de trabalhadores da função pública, indignados com as declarações do presidente do Governo Regional, Carlos César", que anunciou a intenção do executivo de aplicar a receita líquida resultante do não pagamento daquele subsídios no equilíbrio das contas públicas e do setor empresarial e no reforço do apoio às famílias e às empresas.
"Muitos funcionários públicos registaram com indignação essas afirmações", frisou o dirigente sindical, acrescentando que não tem nada contra o apoio às empresas, mas considera "não ser muito compreensível aplicar dinheiros dos trabalhadores da administração pública quando há situações aflitivas daqueles funcionários".
“Estamos a lutar para manter os subsídios e o Governo Regional já está a dar destino a esse dinheiro”, afirmou.
Num comunicado hoje divulgado, o SINTAP/Açores considera as declarações do presidente do executivo açoriano "despropositadas, infelizes e mesmo ofensivas para com os trabalhadores da administração pública com mais baixos rendimentos, principalmente quando se constata que a promessa feita pelo executivo de aumento de 3,5% da remuneração complementar dos funcionários que têm ordenado mínimo se traduz num aumento de 1,76 euros".
O sindicato exige conhecer "a verdade quanto ao montante real de verbas a arrecadar pela região com a cativação eventual dos subsídios de férias e de Natal", defendendo a sua aplicação em medidas de "apoio aos mais necessitados".
Nesse sentido, propõe "a revisão da tabela da remuneração completar/subsídio de insularidade destinada a ajudar os funcionários com mais baixos rendimentos, alargando-a aos trabalhadores com rendimentos inferiores a 1.499 euros", recordando que a região já assegura uma remuneração compensatória aos que têm rendimentos entre 1.500 e 2.000 euros.
O reforço dos serviços sociais, nomeadamente com a criação de "uma rede de assistência social efetiva aos trabalhadores e famílias mais carenciadas", e o lançamento de um "fundo social de socorro regional, participado pelos sindicatos e organizações não governamentais, para acorrer a situações pontuais de emergência social" são outras medidas defendidas pelo SINTAP/Açores.
O sindicato pretende ainda "a abertura imediata de um processo negocial para discussão do destino social a dar aos subsídios de férias e Natal".