Açoriano Oriental
Sindicato fala em pressão da SATA para tripulantes de cabine desconvocarem greve, empresa nega
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusou hoje a administração do Grupo SATA de utilizar "uma forma de pressão" para os tripulantes de cabine da SATA Air Açores desconvocarem a greve, mas o presidente nega.
Sindicato fala em pressão da SATA para tripulantes de cabine desconvocarem greve, empresa nega

Autor: Lusa/AO Online

Segundo o porta-voz do SNPVAC, Bruno Fialho, a administração da SATA ligou na sexta-feira para os 42 tripulantes de cabine da SATA para uma reunião à noite na sede da companhia aérea açoriana, em Ponta Delgada, 24 horas depois de ter estado reunida com o SNPVAC, em Lisboa.

"Os tripulantes de cabine da SATA Air Açores foram convidados ontem [sexta-feira], via telefone, pela empresa para estarem presentes numa reunião que o engenheiro Paulo Menezes iria fazer para falar com os tripulantes da SATA Air Açores", adiantou o sindicalista à agência Lusa.

Bruno Fialho refere que o argumento utilizado pela empresa de abordar entre outros assuntos, a greve, "é uma forma de pressão aos trabalhadores" quando se mantém o pré-aviso de greve, para 01 e 02 de maio, dos tripulantes de cabine da SATA Air Açores e da Azores Airlines, companhias aéreas do Grupo SATA.

"Durante o tempo do seu mandato não esteve interessado em ouvir os trabalhadores e agora que está uma greve iminente tem estas preocupações que estão camufladas numa forma de pressão aos trabalhadores, porque o trabalhador quando está perante uma entidade patronal a nível individual sente uma pressão maior do que quando está representado pelo seu sindicato", acusou o sindicalista.

Bruno Fialho acusa o atual Conselho de Administração da SATA de "manobras" e ressalvou a atitude dos trabalhadores" que "remeteram para o sindicato qualquer tipo de conversações".

"Os trabalhadores demonstraram que não queriam estar na reunião, não foram à reunião, e tiveram respostas à altura, nomeadamente muitos, afirmando que só seriam representados pelo seu sindicato", disse.

O presidente do conselho de administração do Grupo SATA justifica a convocatória dos tripulantes de cabine da SATA Air Açores para uma reunião "com necessidade de informar os trabalhadores" que não estiveram representados na reunião com SNPVAC devido à ausência dos seus delegados sindicais.

"Na reunião que eu tive com a direção do Sindicato, no dia 27 de Abril, era suposto ter lá os representantes do sindicato da SATA Air Açores, os dois delegados sindicais, que não estiveram nessa reunião e, portanto, entendi que era importante transmitir a todos os tripulantes da SATA Air Açores o que se passou nesta reunião", explicou Paulo Menezes à agência Lusa.

O responsável máximo pela companhia aérea açoriana lamenta ainda que "a direção do sindicato não tenha permitido que os delegados sindicais" da SATA Air Açores não tivessem "em alta voz", através do telefone, para acompanharem a reunião da passada quinta-feira que decorreu no edifício da SATA, em Lisboa.

Paulo Menezes recusa ainda qualquer forma de pressão sob os tripulantes de cabine da SATA Air Açores, atestando que os que compareceram, foram apenas informados do conteúdo da reunião entre SNPVAC e a administração do grupo SATA.

"Claro que não (houve pressão). A ideia foi precisamente esclarecer os tripulantes de cabine sobre o que se passou na reunião. Aos trabalhadores que lá estiveram expliquei o que é que se passou na reunião", garantiu.

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