Açoriano Oriental
Sindicato dos bancários preocupado com possíveis despedimentos
O presidente do Sindicato dos Bancários do Norte admitiu estar preocupado com uma possível redução de postos de trabalho na sequência do plano de reestruturação do Novo Banco anunciado na quinta-feira, adiantando querer reunir com a administração.

Autor: Lusa/AO Online

 

“É um motivo de preocupação. Claro que estamos preocupados com os trabalhadores do banco e vamos acompanhar o desenvolver da situação e a apresentação do plano de reestruturação", garantiu à agência Lusa Mário Mourão, a propósito das declarações do presidente executivo do Novo Banco sobre possíveis despedimentos.

Vítor Bento disse na quinta-feira, em entrevista à SIC, que está a preparar uma reestruturação no Novo Banco, admitindo que isso poderá passar pela redução de balcões e por despedimentos.

O plano, adiantou, deverá estar pronto daqui a um máximo de três meses, e o objetivo é redimensionar o banco e torná-lo rentável.

Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Bancários do Norte sublinhou, no entanto, não ter ficado claro na entrevista se vão ser feitos despedimentos.

“A única coisa que retive é que a nova administração irá apresentar um plano de reestruturação e que poderá ou não envolver a diminuição de postos de trabalho”, sublinhou Mário Mourão, acrescentando que está prevista para breve uma reunião com a nova administração da instituição para obter mais informações.

Mário Mourão lembrou que, até agora, os sindicatos apenas foram informados pela UGT da garantia feita pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de que os postos de trabalho estavam salvaguardados.

“O encerramento de balcões não implica sempre a dispensa de pessoal. Há bancos que encerram balcões e não despedem. Não nos podemos esquecer que o processo [que utiliza o Fundo de Resolução bancário] está a ser aplicado pela primeira vez em Portugal e na Europa”, frisou.

Mário Mourão disse ainda que o sindicato está disponível para, através do diálogo e da negociação, encontrar soluções que melhor sirvam os trabalhadores e a instituição.

Na noite de domingo, o Banco de Portugal tomou controlo do BES e anunciou a separação da instituição num banco mau ('bad bank'), que concentra os ativos e passivos tóxicos, e num 'banco bom', o banco de transição chamado Novo Banco, que reúne os ativos e passivos considerados não problemáticos e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário.

O Fundo de Resolução bancário, que vai capitalizar o Novo Banco, foi criado em 2012 para intervir financeiramente em bancos em dificuldades, aplicando as medidas determinadas pelo Banco de Portugal. Este fundo é financiado pelas contribuições regulares dos mais de 80 bancos com atividade em Portugal e por contribuições extraordinárias em caso de crise num banco em particular.

 

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