Autor: Lusa/AO Online
"É nosso entendimento que a inspeção regional da Educação não está a fazer o que deve, nem o que pode. Isto não tem a ver apenas com uma opinião do sindicato sobre esta matéria, tem a ver com o dispositivo legal, que lhe dá competências próprias, que não estão a ser levadas à prática", frisou, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
José Calçada reuniu-se na segunda-feira com o secretário regional da Educação, Ciência e Cultura dos Açores, Luiz Fagundes Duarte, que disse estar "no essencial" de acordo com as reivindicações do sindicato.
No entanto, segundo o sindicalista, o que é feito na prática não está de acordo com o programa do Governo Regional, nem de acordo com as declarações de Luiz Fagundes Duarte sobre a inspeção regional na Assembleia Legislativa dos Açores.
"Há uma falha de comunicação brutal entre a secretaria regional da Educação e a chefia da inspeção regional da Educação. Dá impressão que são oriundos de dois mundos", frisou.
O presidente do SIEE considerou que a inspeção regional da Educação dos Açores não tem "uma chefia capaz", que "não transmite para dentro da IRE as orientações do secretário regional da Educação".
"Eu não quero a demissão do inspetor regional da Educação, só quero que ele mude de comportamento", salientou, alegando que como está a inspeção "não serve" e "é melhor extingui-la".
Segundo José Calçada, a IRE não tem um "plano de atividades", o que não a torna útil e leva a um desperdício de meios.
"Se andamos só a fazer processos disciplinares, isso não conduz a lado nenhum", frisou, acrescentando que "quanto mais a inspeção for a uma escola, menos ação disciplinar há".
O presidente do Sindicato dos Inspetores da Educação e do Ensino salientou que está a pedir apenas "que se cumpra a lei", alegando que se a IRE não alterar o seu comportamento está a "condenar crianças e jovens ao insucesso e à exclusão".
"A função nobre de uma inspeção de Educação é contribuir para a melhoria do funcionamento das escolas concretas, no desenvolvimento de uma ação preventiva e não repressiva, de uma ação profilática e não terapêutica, de uma ação de inclusão e não de exclusão, de uma ação de avaliação da escola, mas não de classificação", frisou, sublinhando, no entanto, que os problemas das escolas não se resolvem "num ciclo eleitoral".
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