Açoriano Oriental
Sindicato diz que faltam nos Açores cem professores para o ano letivo 2017/2018

O presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores afirmou hoje faltam cerca de 100 professores e educadores de infância nas escolas da região para o ano letivo 2017/2018.

Sindicato diz que faltam nos Açores cem professores para o ano letivo 2017/2018

Autor: Lusa/AO Online


“Verificando que este número é muito semelhante ao do ano letivo anterior, constatando que saíram da região 150 professores para as escolas do continente e que apenas entraram para lugares no quadro [das escolas] 65, faltam sensivelmente 100 docentes”, declarou José Pedro Gaspar.

O sindicalista, que falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sequência da colocação de professores para o próximo ano letivo, admitiu que, em parte, a redução do número de docentes “pode ser explicada pela própria diminuição do número de alunos”, mas salvaguardou que “esta diferença é exagerada”.

“Vamos estar particularmente atentos às colocações, ao surgimento de vagas de horários completos e incompletos”, garantiu José Pedro Gaspar, apontando que se no ano anterior o sistema de ensino “necessitou de mais 100 professores do que os que foram admitidos para a próximo”, resta saber "como vai funcionar o sistema com menos docentes".

O responsável disse, por outro lado, que à semelhança do que aconteceu em agosto de anos anteriores, a Secretaria Regional da Educação e Cultura necessita de recrutar “cerca de 700 professores e educadores de infância em regime de contrato de trabalho a termo resolutivo”, para assegurar a “regular lecionação das aulas”.

O dirigente adiantou que, no âmbito dos concursos interno e externo, apenas 65 dos docentes contratados na região vincularam, sendo agora “necessário contratar 658 professores, dez vezes mais”.

Segundo José Pedro Gaspar, há “determinados grupos sem qualquer vinculo de professor, sendo agora necessários, por exemplo, em História, 37”.

O líder sindical esclareceu que as escolas dos maiores centros urbanos dos Açores, como Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Ribeira Grande, são as que necessitam da colocação do maior número de professores, o que considerou “incompreensível, porque não há o perigo de haver docentes a mais, uma vez que não diminuiu o número de alunos”.

O sindicalista reafirmou o “agravamento da situação de precariedade laboral” na classe docente na região, que se “torna ainda mais inaceitável face à integração em lugar do quadro nas escolas do território do continente de cerca de 3.500 docentes”.

Para José Pedro Gaspar, esta situação decorre de “um gritante desrespeito pelo cumprimento” de uma diretiva europeia “por parte da Região Autónoma dos Açores”.

 


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