Açoriano Oriental
Sindicato de Pessoal de Voo estranha motivos que levam ao abandono de rotas na SATA
O Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) saudou hoje o abandono de "rotas deficitárias" da SATA em 2016, mas estranhou os motivos que levaram a essa opção.

Autor: Lusa/AO Online

“O SNPVAC compreende e saúda, o abandono de rotas deficitárias que não contribuam positivamente para a Região Autónoma, como era o caso”, referiu o sindicato num comunicado, recordando, porém, que “essas rotas foram aprovadas pelo próprio secretário regional do Turismo e Transportes quando, em 2012, fazia parte do Conselho de Administração da SATA”.

O secretário regional do Turismo e Transportes disse, segunda-feira na comissão de inquérito ao Grupo SATA, que a companhia aérea vai abandonar em 2016 as rotas entre os Açores e Madrid, Amesterdão e Paris, na sequência da decisão tomada em 2013 de “abandonar progressivamente” rotas deficitárias.

Vitor Fraga lembrou, ainda, que em 2014 a SATA terminou a rota entre Ponta Delgada e Copenhaga e já este ano entre Ponta Delgada e a Arlanda (Estocolmo).

Para o SNPVAC não é compreensível que a decisão tenha sido tomada sem “ter sido alvo de estudos de mercado, de preferência a médio e longo prazo” e terem sido necessários “três longos anos” para tomar resoluções governativas quando o governante referiu que a decisão de “abandonar progressivamente rotas deficitárias” data de 2013.

“A emenda de uma estratégia, que nunca foi benéfica para o Turismo dos Açores ou para a SATA, e que prejudicou a sustentabilidade financeira da Empresa com impactos negativos constantes na economia regional, não deveria ter sido tomada há mais tempo” perguntou o sindicato.

De acordo com o sindicato nos últimos anos têm sido apresentadas à Administração da SATA e ao acionista (Governo Regional) “diversas sugestões para ajudar a trazer turismo de qualidade aos Açores”.

O sindicato considera, ainda, de “difícil aceitação” a afirmação do secretário regional quando falou da base da SATA na Madeira, já encerrada, alegando que esta deu prejuízos de três milhões de euros em 2013, apesar do sindicato recordar que esta ter dado “lucros durante, pelo menos, 15 anos”.

Convictos do erro desta decisão, o sindicato recordou que os operadores aéreos já demonstraram por diversas vezes que a operação da SATA na base da Madeira permitia encaixar vários milhões de euros de lucro por ano, verba que poderiam ser alocada à redução de tarifas para os residentes nos Açores ou para os emigrantes da diáspora.

Argumentou, também, que a operação da Madeira foi reduzida a partir de 2012 por ordens do Conselho de Administração, a tal ponto que deixou de conseguir apresentar os lucros que sempre apresentou e questiona a razão pela qual não foi atendido o pedido do Governo da Madeira para que a operação da SATA regresse ao arquipélago.

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