Açoriano Oriental
Serviços de emergência atenderam 38 feridos após cargas policiais

O Sistema de Emergências Médicas (SEM) do governo catalão anunciou hoje ter atendido 38 pessoas na sequência da ação da Polícia Nacional e da Guardia Civil para impedir o referendo, a maioria por tonturas, ansiedade ou contusões.

Serviços de emergência atenderam 38 feridos após cargas policiais

Autor: Lusa/AO Online

Dos 38 assistidos, 35 têm prognóstico de feridos ligeiros e os outros três sofreram lesões de vários tipos, informou o SEM, dependente do Departamento de Saúde.

Nove dos feridos tiveram de ser transferidos para uma unidade de saúde para receber assistência médica, acrescentou o SEM.

A agência Efe escreveu hoje que várias pessoas ficaram feridas após uma ação da polícia antimotim da Guardia Civil quando tentavam entrar na sala de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Tarragona).

O repórter da agência espanhola contou que uma ambulância chegou ao lugar para assistir vários feridos e alguns manifestantes tinham sangue no rosto.

Também um fotógrafo da Associated Press testemunhou várias pessoas feridas durante confrontos com a polícia junto à escola Rius i Taule, em Barcelona.

Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentar impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.

Centenas de eleitores, na maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto – ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estes locais fossem fechados pela polícia.

Os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) fecharam dezenas de colégios eleitorais em toda a Catalunha, embora em alguns locais se tenham limitado a registar a concentração popular e saído sob aplausos da população.

Já a Polícia Nacional e a Guardia Civil protagonizaram momentos de tensão ao tentar impedir o referendo, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da ‘Generalitat', Carles Puigdemont, e detido vários manifestantes.

Os opositores à independência, que os estudos de opinião indicam serem maioritários, não participaram na campanha eleitoral nem irão votar, para não darem credibilidade a uma consulta que o Estado espanhol considera ser ilegal.

O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início de setembro, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para hoje.

Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.


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