Açoriano Oriental
Euro2008
Scolari saiu porque FPF não se aproximou da proposta do Chelsea
O seleccionador português de futebol, Luiz Felipe Scolari, afirmou hoje que a saída aconteceu porque o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) não arranjou patrocinadores para cobrir a proposta do Chelsea.
Scolari saiu porque FPF não se aproximou da proposta do Chelsea

Autor: Lusa/AO online
“O presidente da FPF pediu nas últimas semanas auxílio a patrocinadores para que me conseguisse fazer uma proposta próxima da que eu recebi, mas não foi possível”, afirmou Scolari, na conferência de imprensa realizado no Estádio St. Jakobs, em Basileia.
De acordo com o técnico brasileiro, ao não conseguir o montante desejado, Gilberto Madaíl libertou o técnico para negociar com o clube vice-campeão da Europa e da Inglaterra: “fui libertado para negociar e as coisas concretizaram-se”.
Ainda assim, e segundo Scolari, o factor financeiro pesou, mas não foi o único: “houve outras situações, como a parte familiar e o facto de nunca ter estado cinco anos e meio a trabalhar no mesmo sítio. Isto foi um recorde para mim”.
“Às vezes é bom mudar”, frisou o seleccionador luso, reconhecendo porém que o dinheiro também foi importante: “não foi só a parte financeira, mas também. Tenho 60 anos e só farei trabalho no campo mais três, quarto ou cinco anos”, explicou.
Luiz Felipe Scolari deixou a entender que não poderia rejeitar uma oferta com a dos ingleses: “não vou treinar mais 10 anos... como já disse algumas vezes, há oportunidades que só passam uma vez. Ou se aproveita ou não”.
“Todos sabemos que as coisas começam e acabar”, disse ainda Scolari, deixando bem claro: “eu fiz o possível e o presidente fez o possível para que fosse possível ficar, tentámos tudo, de ambos os lados, mas acabei por decidir o que era melhor para mim”.
O técnico “canarinho” deixa a selecção nacional... mas apenas depois do Euro2008: “fico até ao final da melhor forma possível, pois tenho um ambiente maravilhoso. Gosto de Portugal e vou continuar a gostar, gosto dos jogadores e do trabalho que fiz”.
“O vínculo termina, mas não a amizade, a minha relação com o povo português, tudo o que vivemos nestes cinco anos e meio. A única coisa que mudar é o meu local de trabalho”, disse Scolari.
Em respostas telegráficas, o técnico da formação das “quinas” disse “não” quando questionado se o rendimento da equipa poderia ser afectado, “sim” quando lhe perguntaram se o 'timing' da notícia foi bom e “não” a uma possível falta de respeito pelos adeptos ao assumir a mudança nesta altura.
Scolari está a dois, três ou quatro jogos do fim da aventura portuguesa e queria acabar como campeão da Europa: "era tudo o que gostaria, mas não quero dizer adeus, apenas um até breve”.
“Neste momento, estou aqui de corpo e alma e envolvido até à final com Portugal... queira Deus que lá cheguemos novamente, mas só passámos uma fase, ainda nos falta passar mais duas”, disse.
Para o brasileiro, jogar a final de Viena, a 29 de Junho, é mais do que sonho: “pelo que temos feito, acredito que é possível, mesmo sabendo que vamos ter adversários fortes pela frente. Estou feliz com o que os atletas têm feito até ao momento”.
Qualquer que seja o resultado final luso, Scolari garantiu que fará mais do que apenas apertar a mão a Madaíl: “se devo alguma coisa em termos da minha projecção europeia é a selecção portuguesa e especialmente ao presidente, que me contratou”.
“A minha admiração por ele é maior do que imaginam, bem com a amizade entre nós, que perdurará para sempre”, frisou Scolari, que, quanto ao sucessor, afirmou que Portugal não terá problemas, até porque quem vier “só terá de dar sequência ao trabalho feito”.
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