Açoriano Oriental
SATA Internacional opta pelos A330 para rotas de longo curso
A SATA Internacional vai passar a utilizar aviões A330 nas rotas de longo curso para garantir um serviço "mais fiável e mais qualificado", disse hoje o presidente de Administração da transportadora, sem avançar uma data.
SATA Internacional opta pelos A330 para rotas de longo curso

Autor: Paula Gouveia/Luís Pedro Silva

“Nós tomámos a opção de na frota de longo curso termos aviões A330”, afirmou Luís Parreirão aos jornalistas, no final da apresentação do estudo técnico-operacional que suporta a escolha efetuada pelo Conselho de Administração da SATA, que decorreu hoje no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada.

Atualmente, a SATA Internacional (que faz as ligações para fora dos Açores) efetua voos de médio e longo curso com aparelhos A310 e A320, sendo que no final desta renovação da frota ficará com três aviões A320 no médio curso e dois A330 no longo.

A renovação da frota de longo curso da SATA é considerada pela companhia aérea açoriana um "imperativo" para a sua "sustentabilidade futura".

Luís Parreirão precisou que a SATA não irá comprar os dois novos A330, dado que a opção tomada passa por efetuar “leasings operacionais”.

“Tendo consciência que o serviço que vimos prestando nem sempre tem sido o melhor, fruto das circunstâncias da idade das aeronaves e da sua progressiva diminuição de fiabilidade, aquilo que se pretende com as opções que tomámos é assegurar um serviço mais fiável, mais qualificado e, sobretudo, uma relação cada vez de maior confiança com os nossos passageiros”, referiu.

Luís Parreirão disse ainda que o transporte aéreo para os Açores é “muito relevante”, dada a natureza arquipelágica e localização a meio do Atlântico Norte.

O estudo técnico-operacional, que suporta a decisão da Administração da SATA pelos dois A330, foi elaborado por uma consultora especializada e pelo Instituto Superior da Educação e Ciências.

O comandante Paulo Soares, que apresentou o estudo, disse que o A330 tem capacidade para um total de 284 passageiros, um volume de carga de 136 metros cúbicos e apesar do custo com combustível ser maior, em comparação com o Boeing 767-300ER, torna-se mais económico porque transporta mais passageiros.

“O A330 é a aeronave mais adequada ao enquadramento e perspetivas futuras da SATA”, afirmou o comandante Paulo Soares, acrescentando que o estudo conclui que este avião “voa direto e sem qualquer restrição para toda a rede SATA”.

Além disso, lembrou que há peças intermutáveis dos A320 com os A330 e que a formação dos pilotos que voam nos dois aparelhos é a mesma, o que faz diminuir custos fixos e aumentar a qualidade, dado ser um avião “muito mais versátil”.

De acordo com os dados deste estudo, em Portugal a TAP (14), a Hifly (6) e a Orbest (1) já operam com aviões A330.

Em maio, o ex-presidente da administração da SATA António Cansado considerou uma "asneira" a anunciada renovação da frota de longo curso da companhia aérea dos Açores, dizendo que é "o empurrão que faltava" para a empresa cair "no precipício".

"Reduz a esperança de vida da SATA Internacional a aposta em aviões A-330 porque, em termos operacionais, isto significa ter aviões de grande porte que têm capacidade excessiva para a rede da SATA e isto, digamos, era o empurrão final que faltava para que a empresa se despenhasse no precipício. Falando bem e depressa, é isso. Os custos de exploração são elevadíssimos e a SATA não tem uma rede adequada para este tipo de avião", afirmou António Cansado a 13 de maio, na comissão parlamentar de inquérito à SATA.

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