Açoriano Oriental
Santos Silva avisa PSD que EUA não devem 167 ME à ilha Terceira
O ministro dos Negócios Estrangeiros avisou o PSD que a compensação de 167 milhões de euros anuais, alegadamente devida pelos Estados Unidos aos Açores para recuperação das Lajes, "vale zero".
Santos Silva avisa PSD que EUA não devem 167 ME à ilha Terceira

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

Em causa está uma medida no Programa de Revitalização Económica da Ilha Terceira, que o Governo Regional dos Açores enviou ao anterior executivo (PSD/CDS-PP) que prevê, entre outras medidas, "um programa de apoio estrutural à ilha Terceira, cujo financiamento deve ser assegurado pelo Governo dos Estados Unidos", na ordem dos 167 milhões de euros anuais, recordou hoje o deputado do PSD António Ventura, durante uma audição ao ministro Augusto Santos Silva na comissão de Assuntos Europeus.

"O Governo [anterior] não teve tempo de pôr em prática essas medidas e o PS sempre disse que eram para cumprir", referiu.

Santos Silva disse que essa referência, contida no programa, o deixou "absolutamente estupefacto".

"Esses 167 milhões de euros que estão num programa aprovado pelo anterior Governo valem zero", disse o chefe da diplomacia portuguesa, depois de referir que as autoridades norte-americanas desconhecem qualquer valor a pagar a Portugal.

"Não é a melhor forma de fazer política externa e de ter uma relação bilateral condigna, para dizer o menos. Ninguém aprova uma coisa que exige a um Governo nacional que exija a um Governo estrangeiro que financie em 167 milhões de euros o orçamento nacional do país sem sequer contactar antes o Governo estrangeiro. A diplomacia da canhoneira já acabou, senhor deputado", criticou o ministro.

Sobre a base das Lajes, Santos Silva afirmou que Portugal está a discutir com as autoridades norte-americanas três cenários: que reponderem a decisão de reduzir o contingente militar; que participem, juntamente com outros países, no centro internacional dos Açores dedicado à investigação sobre oceanos, clima e espaço; e um trabalho bilateral e com outros países para a construção de um centro de segurança atlântica, recuperando assim uma proposta norte-americana, que permitiria utilizar capacidade remanescente das Lajes.

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