Autor: Lusa/AO online
“Estas
alegações, disseminadas pela empresa de “caça-compensações” Air Help,
são falsas e enganadoras para com os nossos clientes. Se um voo for
cancelado devido a uma disputa laboral, algo que constitui uma situação
extraordinária, a compensação ao abrigo da normativa EU261 não é
aplicável”, segundo uma informação da transporta aérea.
Na
segunda-feira foi divulgado, com base em análises de voos entre 24 de
março e 08 de abril, que as perturbações em voos da TAP e Ryanair terão
afetado cerca de 19.400 passageiros e podem representar cerca de sete
milhões de euros em compensações.
“Apesar
de não ser aplicável no âmbito destes cancelamentos, encorajamos todos
os nossos clientes com pedidos de compensação válidos a dirigi-los
diretamente à Ryanair para que possam receber 100% da sua compensação ao
abrigo da normativa EU261, sem qualquer dedução das excessivas taxas
aplicadas por estes ‘caça-compensações’ (taxas essas que podem chegar a
40% de uma compensação de €250.00)”, lê-se ainda na nota da companhia.
Aquando
da greve de três dias não consecutivas da transportadora irlandesa, Ana
Sofia Ferreira, jurista da associação de defesa do consumidor Deco,
disse à Lusa que a greve não é uma circunstância imputável às
transportadoras aéreas, pelo que “não há direito à indemnização, exceto
se a transportadora já depois de ter recebido o pré-aviso de greve
continuar a vender bilhetes já conhecendo e sabendo antecipadamente que
muito provavelmente não vai poder realizar aqueles voos”.
Em
informação disponibilizada à agência Lusa e com base em análises de
voos entre 24 de março e 08 de abril, a empresa especializada na defesa
dos direitos dos passageiros aéreos concluiu que cerca de 13.600
passageiros da TAP “são elegíveis a receber compensações” no âmbito do
regulamento EC261, o que poderá representar cerca de 5,2 milhões de
euros.
Em
relação à Ryanair foi estimado que cerca de 5.800 passageiros “são
elegíveis a receber compensações, as quais poderão representar no total
cerca de 1,8 milhões de euros”.
Os
tripulantes de cabine nas bases portuguesas da Ryanair fizeram uma
greve de três dias não consecutivos em 29 de março, 01 de abril e 04 de
abril.
Na
TAP, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) apelou à não
aceitação de voos em folga/férias no período de 24 a 28 de março
(inclusive), pedido de folgas em atraso e ‘e-learning’.
A
Autoridade Nacional de Aviação Aérea (ANAC) contabilizou nos dias 26,
27 e 28 de março 29 voos cancelados da TAP em Lisboa e 3.846 passageiros
afetados.
Em
resposta à agência Lusa, a ANAC referiu os cancelamentos da companhia
aérea no final de março, informando ter convocado “responsáveis da
transportadora aérea de apoio a passageiros para prestar esclarecimentos
e informações à ANAC”.