Açoriano Oriental
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Rui Machete abandona presidência da FLAD ao fim de 23 anos
A "reinvenção" da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) é considerada por Rui Machete um dos seus principais triunfos, no momento em que abandona a presidência do conselho executivo da instituição, que ocupava desde 1987.
Rui Machete abandona presidência da FLAD ao fim de 23 anos

Autor: Lusa/AO online

"Inicialmente, a FLAD era apenas um decreto-lei que previa os seus órgãos, administrações, competências, e um cifrão bastante pequeno. As verbas que nos foram atribuídas inicialmente e que pararam em 1992 eram obviamente muito poucas. Eram e são", refere em entrevista à Lusa o responsável por uma das mais influentes fundações portuguesas. O cargo de presidente do conselho executivo foi atribuído à ex-ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Na quinta feira, num jantar de despedida, Rui Machete reuniu o Presidente da República, o primeiro ministro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, o embaixador dos Estados Unidos e a sua sucessora, entre outros responsáveis.  Rui Machete, 70 anos, recorda que a partir de 1992 a fundação - resultante de um acordo internacional entre os governos dos Estados Unidos e de Portugal celebrado em 1985 -, começou a viver "exclusivamente do rendimento do património", mas conseguiu afirmar-se como uma das mais importantes instituições do género. "Somos uma das mais importantes fundações portuguesas do ponto de vista operacional pelas propostas que temos feito, pelos projectos em que temos cooperado, e pela atenção que temos dedicado ao movimento fundacional", assegura. Esta "criação pública", em diversos aspectos mantém-se "ainda dependente do poder político" mas é "exemplo de autonomia", expresso na sucessiva renovação do mandato do seu presidente, também destacado militante do PSD. "Fui presidente do conselho executivo em governos socialistas, sociais-democratas, de novo socialistas… Não houve uma mutação, embora essa diminuição de autonomia prejudique sobretudo no estrangeiro um pouco as nossas capacidades de alianças com outras entidades, designadamente dificuldades em concorrer directamente a financiamentos da UE", sublinha. A Fundação "vive dos rendimentos e investimentos", e com um capital rendível que ronda os 140 milhões de euros. "Hoje estamos numa situação melhor em relação há dois anos, após "a grande aflição em todo o mundo do ponto de vista financeiro", recorda.  Com um orçamento que ronda os "seis a sete milhões de euros por ano", a FLAD foi assim "reinventando" a sua vocação.  "A pouco e pouco fomos transformando-nos num centro de reflexão, numa espécie de 'think thank' e ajudando e criando outros centros de reflexão, por exemplo, a constituição do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) ou as ajudas às universidades portuguesas. Interessa-nos muito a educação, o ensino superior e a investigação científica. Também temos colaborado com a SEDES e com centros de reflexão e investigação das universidades", diz Rui Machete.

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