Açoriano Oriental
RTP cria núcleo museológico nos Açores em 2017
O Centro Regional dos Açores da RTP vai ter este ano um núcleo museológico dedicado à rádio e à televisão, espaço que vai incluir peças do acervo da empresa e de particulares, anunciou a administração.
RTP cria núcleo museológico nos Açores em 2017

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

"Uma das lacunas que tínhamos era não haver um núcleo museológico [nos Açores] à semelhança do que temos em Lisboa e no Funchal", disse, em declarações à agência Lusa, a vogal da administração da RTP Cristina Vaz Tomé, explicando que a nova valência ficará instalada em Ponta Delgada.

O núcleo museológico integra o projeto de concentração da Antena 1, RTP e gabinete multimédia no edifício da rua Castelo Branco, em Ponta Delgada, cujas obras de adaptação estão a decorrer.

"Estimamos que as obras de construção civil estejam terminadas em abril e contamos que até julho estejam as instalações preparadas para as pessoas começarem a trabalhar lá", afirmou Cristina Vaz Tomé.

Segundo disse a vogal da RTP, foi criado um grupo de trabalho, composto por funcionários e ex-funcionários, que tem a responsabilidade de selecionar os conteúdos que serão apresentados ao público.

"O espaço vai ser muito suportado na componente multimédia, porque o espaço não é muito grande e, além do mais, torna mais versátil aquilo que queremos expor. De qualquer forma terá peças antigas para as pessoas poderem ver", revelou Cristina Vaz Tomé.

A responsável sustentou que o projeto pretende "fugir de um museu tradicional, para poder mostrar o passado através das novas tecnologias, olhando também para o futuro".

Apesar do "imenso acervo" da RTP, Cristina Vaz Tomé admitiu que pode haver peças que a empresa não dispõe, daí o apelo que tem sido feito à sociedade civil no sentido de colaborar com o projeto do núcleo museológico, disponibilizando o que tiver e, se for considerado útil, integrará a futura exposição.

Questionada sobre o processo de venda do antigo edifício da emissora regional, em Ponta Delgada, que motivou em 2015 um abaixo-assinado de protesto, Cristina Vaz Tomé justificou que se tratou de uma "opção de gestão" e que a missão da empresa é fazer uma boa emissão de rádio e de televisão, e cuidar dos arquivos.

"Somos uma empresa pública e os nossos recursos são escassos. A forma como gastamos dinheiro é muito escrutinada e, portanto, a recuperação daquele edifício não nos trazia nenhuma mais-valia", considerou, informando que nunca surgiu nenhuma entidade que quisesse liderar um futuro museu dos media e com a qual a RTP poderia colaborar.

A vogal da RTP defendeu, por outro lado, que não faria qualquer sentido não investir naquilo que é a atividade principal da empresa para canalizar verbas num museu.

A rádio pública nos Açores, que completou 75 anos em 2016, foi o primeiro órgão de comunicação social a fazer a cobertura das nove ilhas, tendo contribuído para a divulgação do arquipélago no país e no mundo.

Já a RTP/Açores, cuja primeira emissão foi para o ar a 10 de agosto de 1975, dispõe de instalações nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.

No Centro Regional dos Açores da RTP trabalham 120 pessoas.

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