Açoriano Oriental
Romance "O Sol Morreu Aqui" vence prémio Dias de Melo de Literatura
O romance "O Sol Morreu Aqui", de João Maria Henriques Negreiros, venceu o Prémio Dias de Melo, tendo o júri considerado a obra "um livro surpreendente, sob muitos pontos de vista".
Romance "O Sol Morreu Aqui" vence prémio Dias de Melo de Literatura

Autor: Lusa/AO online

O Prémio foi atribuído por unanimidade, tendo um dos membros recomendado para publicação o romance “Zapping sobre as madrugadas idênticas”, de Maria Eugénia da Silva Brito, “pela originalidade do tema, estilo narrativo intenso e bem construído, mantendo o leitor numa expectativa constante até à resolução da trama ficcional”, refere o comunicado do organizador do prémio, a Câmara das Lages do Pico, nos Açores.

O galardão, ao qual concorreram mais de uma centena de obras, é patrocinado pela Câmara das Lages do Pico e a editora Ver Açor, tendo sido unânime a escolha de “O Sol Morreu Aqui”.

Sobre a obra vencedora, salienta o júri “o originalíssimo narrador auto-reflexivo e subversor da própria narrativa que controla, embora finja muitas vezes que ela se lhe escapa, o desconcertante clima surrealista num livro de sabor realista, a lúcida dimensão ética que assume, a forma como, a partir de várias histórias que correm em paralelo, acaba por as tornar numa unidade narrativa”.

A obra de João Negreiros revela uma “ironia de uma eficácia rara, por ser uma obra de inegável valor literário muito superior à maior parte das que se vão publicando em Portugal”, referiu ainda o júri.

O júri foi constituído por Luiz Fagundes Duarte, Isabel Pires de Lima, Maria de Jesus Maciel, Daniel de Sá e Manuel Tomás.

Foram atribuídas duas Menções Especiais, nomeadamente a “Adeus Faraó. Nós só adoramos o sol”, de Francisco Nuno Rodrigues Gomes dos Santos, e a “Coração de Lava”, de José Luís Tavares.

“Adeus Faraó. Nós só adoramos o sol” é justificado pelo júri “por se tratar de uma metáfora, muito bem imaginada e literariamente bem conseguida, sobre a desilusão de um combatente contra o regime da ditadura, posto perante a realidade de um país que não se reconstruiu conforme os sonhos que lhe tinham custado tantos sacrifícios”.

Em relação a “Coração de lava”, afirma o júri que se trata de “um conjunto de poemas em diálogo com a ilha, que ora inspira sentimentos de apego a ela, ora de temores não imaginados, e que, mesmo quando a escrita se aproxima da prosa poética, nunca se afasta de um lirismo sem concessões aos efeitos fáceis ou aos lugares-comuns”.

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