Açoriano Oriental
Representante dos trabalhadores pede estratégia porque ministros não deram novidades
O presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores portugueses na Base das Lajes considerou que as audições dos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros não trouxeram novidades, defendo ser necessário uma estratégia para evitar mais despedimentos no futuro.

Autor: Lusa/AO Online

 

"Não houve grandes novidades", salientou Bruno Nogueira, em declarações à Lusa, alegando que os trabalhadores continuam sem saber qual será a estratégia de Portugal na negociação com os Estados Unidos da América, na próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse na terça-feira que após a redução da presença norte-americana, ficarão na Base das Lajes "170 efetivos norte-americanos e 380 civis portugueses", alegando que estes números "não honram a garantia de um rácio de três trabalhadores portugueses por cada militar norte-americano que foi dada pelo então secretário norte-americano da Defesa, Leon Panetta, em janeiro de 2013".

Para o representante dos trabalhadores, os números apresentados por Rui Machete são semelhantes aos conhecidos desde 2012, com uma "diferença pouco significativa".

Pelas contas de Bruno Nogueira, e tendo por base os números confirmados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, serão despedidos 420 trabalhadores portugueses e não 500 como anunciou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, porque atualmente a Base das Lajes tem cerca de 800 funcionários portugueses e não 900 como os Estados Unidos afirmaram.

O presidente da Comissão Representativa dos Trabalhadores reiterou que o anúncio dos Estados Unidos foi feito com "falta de sensibilidade", revelando o número de trabalhadores autorizados a contratar e não o número real dos contratados.

Ainda assim, Bruno Nogueira sublinhou igualmente que os números avançados "continuam a não responder" ao rácio de um trabalhador português para três militares norte-americanos, prometido pelos EUA.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que os Estados Unidos estão abertos a rescindir contrato por mútuo acordo com o "maior número de trabalhadores possível", mas para o representante dos trabalhadores, importa tentar perceber que outras medidas serão tomadas, caso não haja voluntários para preencher a quota de despedimentos por rescisões por mútuo acordo.

Bruno Nogueira defendeu também que é preciso "garantir um número mínimo de trabalhadores portugueses" para que não se repitam despedimentos dentro de alguns anos.

Na última reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos foi anunciado que os Estados Unidos iriam avançar com um inquérito aos trabalhadores portugueses para apurar quantos estariam na disposição de aceitar uma rescisão amigável, mas segundo Bruno Nogueira esse inquérito ainda não se iniciou.

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