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Cultura
Remetida para família do Nobel decisão de colocar restos mortais no Panteão
O PCP e o Bloco de Esquerda remeteram hoje para uma decisão da família a questão de colocar os restos mortais de José Saramago no Panteão Nacional, apesar de apoiarem.
Remetida para família do Nobel decisão de colocar restos mortais no Panteão

Autor: Lusa/AO online

“Nós não temos opinião formada sobre isso. É uma questão em que a família tem uma palavra decisiva. Aquilo que relevamos é a grande homenagem que o povo e o Estado português lhe estão a fazer neste momento. Isso é que é marcante”, declarou à agência Lusa o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. Caso seja manifestada vontade por parte da família, a questão de colocar os restos mortais do Nobel da Literatura português é da competência da Assembleia da República. “Teria naturalmente o nosso apoio, mas não fazemos disso a questão das questões. Esta grande homenagem nacional é o que conta e o que contaria certamente para José Saramago”, adiantou Jerónimo de Sousa, que participava na última cerimónia fúnebre do escritor, que morreu sexta feira. Também o líder do Bloco de Esquerda sublinhou que o destino a dar às cinzas de Saramago, hoje cremado em Lisboa, depende em primeiro lugar da vontade da família. “Não teremos nenhuma intervenção que se sobreponha ou que insinue qualquer opção que não seja a da vontade livre de um homem livre que foi José Saramago”, afirmou Francisco Louça, questionado pela Lusa. No entanto, o líder bloquista deixou a ideia de que o partido apoiaria a colocação dos restos mortais do Nobel no Panteão: “O respeito que o país tem que ter em relação a um dos grandes cultores da língua portuguesa e único Prémio Nobel da Literatura deve ser depois avaliado neste contexto. E o país deve dar o melhor de si para sublinhar o papel grande que José Saramago teve no século XX e XXI para nos fazer maiores”. comentou Louçã. “Uma decisão desse tipo passa pelo parlamento, mas a seu tempo”, acrescentou. No dia da morte de Saramago, o antigo Presidente da República Mário Soares defendeu a ideia de colocar os restos mortais do escritor no Panteão Nacional, mas já declarou posteriormente que deve ser respeitada a vontade manifestada em vida pelo Nobel da Literatura.

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