Açoriano Oriental
Reitor da Universidade dos Açores não abdica de 1,5 ME para custos extraordinários
O reitor da Universidade dos Açores defendeu hoje "ser da mais elementar justiça" que os governos da República e dos Açores assegurem 1,5 milhões de euros relativos aos custos de insularidade e da denominada tripolaridade da academia.
Reitor da Universidade dos Açores não abdica de 1,5 ME para custos extraordinários

Autor: Lusa/AO Online

“Continuaremos a defender que é da mais elementar justiça que o Governo da República e o Governo Regional encontrem um modelo de financiamento que permita minimizar os custos que a Universidade dos Açores suporta a mais, resultado da insularidade e da sua estrutura tripolar [com polos em três ilhas]”, disse João Luís Gaspar.

O reitor da academia açoriana, que falava na sessão comemorativa dos 40 anos da instituição, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, está convicto de que, agora que foi efetuado o estudo dos custos da tripolaridade e insularidade, estimados em 1,5 milhões de euros, o assunto será alvo da “devida atenção” por parte dos órgãos competentes.

“Não é legítimo que a Universidade dos Açores tenha os mesmos deveres das suas congéneres, mas não possa exercer os mesmos direitos”, declarou o reitor.

João Luís Gaspar deixou a mensagem de que é necessário refletir sobre as razões que estiveram na origem das dificuldades financeiras da Universidade dos Açores e que conduziram à “difícil situação” vivida recentemente, obrigando a comunidade académica a “grandes sacrifícios”.

Na sequência da mobilização da universidade, o responsável considera que foram cumpridas as metas orçamentais no plano de reestruturação financeira celebrado com a tutela, assegurando que a academia tem agora as suas “contas equilibradas”.

Nesse sentido, João Luís Gaspar referiu que está na altura de avançar com um plano de desenvolvimento estratégico, que se pretende desenvolver com os restantes órgãos da academia e apresentar, ainda este ano, ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

O reitor pretende continuar a melhorar a qualidade da oferta letiva, a par do fomento da internacionalização, e deseja chegar à diáspora açoriana e aos países de língua portuguesa, estabelecendo novas parcerias e apostando no ensino à distância.

João Luís Gaspar afirmou ainda que a postura do executivo de Lisboa em relação ao ensino superior “auspicia uma mudança de paradigma”, mas é preciso “passar à prática”.

Referindo que nos últimos 40 anos a Universidade dos Açores desempenhou um “papel inquestionável”, tendo contribuído para a formação dos quadros, o reitor referiu que o “respeito e a independência” que esta conseguiu funcionam como um “incómodo para alguns”, sem especificar.

Na sessão solene, José Brás, presidente do Conselho Geral da Universidade dos Açores, destacou igualmente o papel importante que a mesma desempenhou para a autonomia do arquipélago e para a administração regional, através da dotação de quadros.

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