Açoriano Oriental
Redução do número de elefantes pode custar 25 MD anuais a África
A redução do número de elefantes em África poderá custar cerca de 25 milhões de dólares (22,8 milhões de euros) por ano em perdas nas receitas do turismo de natureza, revela um estudo publicado hoje na edição eletrónica da Nature Communications.
Redução do número de elefantes pode custar 25 MD anuais a África

Autor: AO/Lusa

 

O estudo fornece uma demonstração à escala continental dos efeitos secundários da caça furtiva ao elefante, pode ler-se num comunicado da revista científica.

Um relatório publicado em setembro pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) concluiu que a população de elefantes em África está no nível mais baixo desde há 25 anos, sobretudo devido à caça furtiva.

Baseado em 275 medições em todo o continente, o mesmo estudo concluía que África tem hoje cerca de 415.000 elefantes, uma queda de 111.000 desde a última década.

Esta nova vaga de caça furtiva terá levado as populações do elefante africano a cair 30% entre 2007 e 2014, escrevem os autores no estudo hoje publicado.

Embora seja dispendioso eliminar a caça furtiva, os investigadores tentam provar que os ganhos no ecoturismo podem compensar os custos do combate àquela atividade criminosa, fazendo da proteção da vida selvagem uma estratégia economicamente viável.

Os cientistas liderados por Robin Naidoo, do Fundo Mundial pela Vida Selvagem, sediado em Washington, EUA, elaboraram um modelo que lhes permitiu estimar a quantidade de turistas atraídos "por elefante" em 216 áreas protegidas do continente.

A conclusão é que os turistas têm maior probabilidade de visitar áreas protegidas quando nelas existem numerosos elefantes africanos: cada elefante resulta num aumento de 371% no número de turistas.

Os cientistas estimam que o rendimento perdido (cerca de 25 milhões de dólares por ano) se o turismo relacionado com os elefantes diminuir é substancialmente maior do que os custos, calculados noutros estudos, de aplicar iniciativas contra a caça furtiva.

O benefício do turismo relacionado com os elefantes excede os custos do combate à caça furtiva nas regiões de savana do leste e sul da África, mas o mesmo não ocorre ainda nas zonas de floresta do centro do continente, onde os elefantes são mais difíceis de localizar e o retorno do turismo está menos ligado à abundância de elefantes.

Os autores sublinham que, embora o negócio do marfim valha 597 milhões de dólares por ano, o que excede as perdas calculadas, a conservação dos elefantes e a melhoria do ecoturismo são alternativas economicamente viáveis, com benefícios para as comunidades locais.

 

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