Açoriano Oriental
Redução de presença americana sem impacto nas ações da FLAD nos Açores
A redução da presença americana na base das Lajes, na ilha Terceira, Açores, não tem impacto direto nas atividades planeadas pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) para aquele arquipélago, disse o administrador Jorge Gabriel.

Autor: Lusa / AO online

 

“A decisão da redução do contingente dos Estados Unidos nas Lajes não teve nenhum impacto direto na nossa atividade. Não estamos a fazer nada de diferente”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o administrador da FLAD, explicando que os projetos que estão a ser desenvolvidos atualmente pela fundação surgiram durante o primeiro semestre de 2014.

A atual administração da FLAD, liderada por Vasco Rato e que assumiu funções no início do ano passado, conta em 2015 com um orçamento de 465 mil euros para os Açores, montante que engloba projetos plurianuais, que transitaram de anos anteriores, e novas iniciativas.

“Julgo que é um montante que sendo bem utilizado permite fazer um conjunto muito interessante e útil de iniciativas”, frisou Jorge Gabriel.

O valor representa um aumento em relação aos últimos dois anos. A FLAD investiu nos Açores em 2014, de forma direta, cerca de 420 mil euros contra os 261 mil de 2013.

Um dos projetos, que terá início nas próximas duas semanas, está relacionado com a gestão energética da ilha Terceira, onde a energia eólica tem uma forte componente.

A iniciativa, que envolve diversos parceiros como a Eletricidade dos Açores (EDA), o programa MIT Portugal e o Instituto Superior Técnico, pretende fazer da ilha Terceira um ‘case-study’ ao nível da gestão energética e da gestão de redes.

A FLAD irá apoiar financeiramente o projeto com uma verba que ronda os 100 mil euros.

“Este projeto diretamente não vai criar postos de trabalho. O que este projeto vai fazer é possibilitar que a gestão energética na ilha Terceira, e depois eventualmente em outras ilhas, se faça de forma mais eficaz”, referiu o responsável.

Outra das iniciativas em curso é o desenvolvimento de um estudo de avaliação dos requisitos logísticos necessários para instalar unidades industriais na ilha Terceira, nomeadamente na Praia da Vitória.

O estudo ainda não está finalizado, mas já tem uma configuração razoável, segundo Jorge Gabriel, que indicou que os dados recolhidos até ao momento apontam a indústria agroalimentar como o setor mais viável.

Sobre o Plano de Revitalização Económica da Terceira, apresentado pelo Governo regional açoriano em janeiro passado, o administrador da FLAD escusou-se a comentar os pormenores do documento que contempla 170 medidas, entre elas, o financiamento dos Estados Unidos de um "programa de apoio estrutural" à ilha Terceira de 167 milhões de euros anuais nos próximos 15 anos, de forma a compensar a saída de militares norte-americanos das Lajes.

No entanto, Jorge Gabriel admitiu que caso o plano, que ainda será analisado e discutido pelas autoridades competentes, tenha um eventual impacto nas iniciativas da FLAD, a fundação irá pronunciar-se e tentar perceber como vai afetar a sua atuação.

“Concretizando-se no plano, (…) medidas que possam ter um impacto naquilo que estamos a pensar fazer no sentido de estimular a ciência, a tecnologia e o negócio, obviamente que iremos articular-nos com o plano e iremos perceber como isso pode afetar a nossa linha de atividade”, afirmou o representante, mencionando alguns potenciais exemplos.

“Imagine que existem novos benefícios de natureza fiscal para a ilha Terceira, isso é um elemento importante na altura de capturar investimento para fazer uma instalação de natureza industrial. Imagine que existe alguma alteração relativamente a uma infraestrutura logística ou portuária, em particular, isso também vai ter um impacto naquilo que estamos a pensar fazer”, indicou.

Na quarta-feira, a FLAD vai marcar presença na Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos, participando exclusivamente no tema Energia e Ambiente, uma área relativamente recente dentro da comissão bilateral.

No início de janeiro, o embaixador norte-americano em Lisboa, Robert Sherman, apresentou as conclusões de um relatório sobre a reorganização das forças militares norte-americanas na Europa, anunciando na altura a redução de 500 postos de trabalho portugueses e 485 norte-americanos na base das Lajes.

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