Açoriano Oriental
Recorde de nascimentos da tartaruga marinha Caretta Caretta
A associação de proteção das tartarugas marinhas da Grécia registou nas praias gregas o maior número de nascimentos na última década de tartarugas-comum Caretta Caretta, uma espécie marinha ameaçada.

Autor: Lusa/AO online

 

“Foram detetadas 1.100 ninhos no parque nacional marinho de Zante e outros 2.200 no Golfo de Kyparissia (ambos no Mar Jónico)”, na Grécia, explicou à agência de notícias EFE, Panayiota Theodoru, da associação de proteção das tartarugas marinhas da Grécia, uma organização não-governamental ativa desde 1983.

Sem haver certeza nos dados para avaliar os fatores que levaram ao aumento dos nascimentos, Panayiota Theodoru considera que “o inverno curto, suave e com pouca chuva, é um fator importante” e acrescenta que o primeiro ninho foi detetado a 12 de maio, “mais cedo do que o habitual”.

Todos os anos são encontradas “cerca de 600 tartarugas marinhas mortas”, seis vezes mais que o registado nos anos 90,sendo “dezenas resgatadas com ferimentos graves”.

“A maioria das tartarugas mortas apresentam feridas na cabeça, o que demonstra que se trata de atos intencionais”, explicou Dimitri Fytilis, responsável pelo centro de resgate da Archelon, na Grécia.

“Outras morrem presas nas redes dos pescadores ou por ingestão de materiais plásticos que normalmente as tartarugas confundem com alforrecas, parte integral da sua alimentação”, disse a mesma fonte.

Para o responsável pelo centro de resgate da Archelon, o aumento do número de tartarugas mortas é “o resultado de uma maior sensibilização dos cidadãos”, que avisam com mais frequência o centro.

No ano passado, o centro de resgate contou 85 tartarugas marinhas feridas, das quais “30% morreram e 25% continuam em tratamento”, as restantes “recuperaram e puderam ser devolvidas ao seu habitat natural”, afirmou Dimitri Fytilis.

A organização lamenta o comportamento de várias empresas turísticas por não cumprirem as regras para a proteção das tartarugas na zona do parque nacional marinho de Zante, na Grécia, um parque protegido com uma estrutura de proteção diferente das regras gerais da Rede Natura 2000, a rede ecológica europeia das zonas protegidas.

A não existência de controlo, desde 2013 pelo concelho da cidade, aos concessionários que ficaram responsáveis pelo parque, bem como às empresas que organizam visitas guiadas para observação das espécies protegidas, “incentivou a criação de empresas focadas na proteção do meio ambiente”, afirmou responsável em temas de proteção e conservação da Archelon, Panayiota Theodoru.

“Atualmente existem 350 embarcações que navegam pela zona sem respeitar qualquer regra”, queixou-se o mesmo, acrescentando que “as coisas mudam” e que “a cada ano as pessoas mostram-se mais sensíveis à proteção das tartarugas. Inclusive entre os proprietários de terrenos vizinhos às zonas de reprodução”, afirmou.

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