Açoriano Oriental
Reconversão energética faz esquentadores a gás passarem à história no Corvo
Os tradicionais esquentadores a gás já passaram à história na mais pequena ilha dos Açores, o Corvo, onde um projeto de reconversão energética permitiu instalar em todas as 135 casas habitadas painéis solares ou bombas de calor.
Reconversão energética faz esquentadores a gás passarem à história no Corvo

Autor: LUSA/AO Online

“Todas as casas habitadas e que sejam residência permanente estão já equipadas com painéis solares ou com painéis fotovoltaicos e, em determinados casos, onde não havia espaço suficiente, com bombas de calor”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara Municipal do Corvo, José Manuel Silva, sublinhando os benefícios ambientais e económicos deste projeto. Orçado em mais de um milhão de euros, o projeto “Corvo Sustentável” começou a ser instalado pelo anterior executivo camarário, liderado pelo autarca Manuel Rita, e ficou concluído em maio, após duas fases que permitiram a instalação de painéis solares e bombas de calor em todas as residências permanentes, substituindo o consumo de gás butano, equipamentos foram montados gratuitamente. José Manuel Silva admitiu que no início a população até ficou "um pouco reticente", porque "tinha algumas dúvidas em relação à eficácia destes equipamentos". "Agora já toda a gente tem em casa painéis solares ou bombas de calor, embora ainda mantenham os seus esquentadores, que ligam de vez em quando”, salientou. “Uma garrafa de gás ronda os 20 euros. Além disso, no inverno, as más condições meteorológicas impedem algumas ligações marítimas e o abastecimento de combustíveis à ilha, originando, no passado, roturas no ‘stock’ de gás”, lembrou o autarca, que tem também instalado um painel solar em casa, garantindo que agora só liga o esquentador de vez em quando. Além das vantagens ambientais, o autarca disse que o projeto numa ilha onde residem cerca de 400 pessoas permite diminuir a dependência externa e já possibilitou também às famílias corvinas poupar muito dinheiro em relação ao que gastavam com gás. "Eu, por exemplo, gastava duas garrafas de gás por mês e agora gasto uma de quatro em quatro meses", adiantou o presidente do município do Corvo, acrescentando que o recurso a energias renováveis permitiu "reduzir para um terço o que era o consumo normal antes de todos estes equipamentos estarem montados". José Manuel Silva explicou que, na zona antiga da vila, houve necessidade de recorrer à instalação de bombas de calor nas habitações, equipamentos que são alimentados a eletricidade, mas frisou que também esta opção se revelou ser mais económica em relação à fatura com a utilização de gás. O projeto “Corvo Sustentável” desenrolou-se com recurso a apoios comunitários e através de uma colaboração direta entre o Governo dos Açores e o município. O autarca revelou ainda que a terceira fase deste projeto será lançada no próximo ano e compreende a substituição das caixilharias das casas para uma melhor eficiência térmica e acústica, um projeto que vai ser igualmente candidatado a fundos comunitários.

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