Açoriano Oriental
Quinta revisão vai focar-se na execução de 2012 e preparação do próximo orçamento
A Comissão Europeia indicou hoje que a quinta revisão do programa de assistência financeira a Portugal
Quinta revisão vai focar-se na execução de 2012 e preparação do próximo orçamento

Autor: Lusa/AO online

Questionado sobre uma eventual flexibilização do programa português, face à situação das finanças públicas, o serviço de imprensa do comissário dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, indicou que a Comissão “nada tem a dizer sobre 'flexibilização' ou qualquer outra especulação em torno do desfecho da missão da 'troika'” que tem início na terça-feira, limitando-se a indicar que as discussões incluirão “as medidas necessárias para alcançar as metas do programa”.

De acordo com o executivo comunitário, a missão irá também rever as medidas adotadas de acordo do memorando de entendimento entre as autoridades portuguesas e a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) com vista a melhorar a eficiência do setor público e fomentar a competitividade e o crescimento.

“Tal inclui a reestruturação das empresas públicas e as reformas dos mercados do trabalho e do produto”, acrescentou a Comissão.

Uma delegação da 'troika' inicia na terça-feira a quinta revisão do programa de assistência a Portugal, numa altura em que o Governo admite que, perante a evolução da execução orçamental até julho, não será possível cumprir a meta orçamental para este ano (4,5 por cento do PIB), devido a um desvio nas receitas fiscais.

A receita do Estado com impostos nos primeiros sete meses deste ano foi 3,5 por cento inferior à do mesmo período do ano anterior. Apesar de o comportamento da despesa estar dentro do esperado, o Governo considera que o desvio da receita já não irá corrigir-se de forma significativa até final do ano.

Restam assim duas possibilidades: ou a adoção de medidas adicionais para atingir um défice de 4,5 por cento do PIB, ou rever a meta para o défice de forma a incorporar o desvio, sendo que esta segunda possibilidade requer a anuência da ‘troika’.

Em entrevista à Lusa a 21 de julho passado, o presidente da Comissão Europeia disse que fatores externos, nomeadamente a situação em Espanha, deverão "com certeza ser considerados" na próxima avaliação das capacidades de execução do programa de ajustamento económico de Portugal.

José Manuel Durão Barroso sublinhou que "o Governo e as autoridades portuguesas têm estado bem, no sentido de se concentrarem na execução do programa e não se deixarem distrair por cenários alternativos, que poderiam dar sinais errados, até aos próprios mercados".

Todavia, não excluiu "ajustamentos que possam vir a mostrar-se úteis", atendendo a desenvolvimentos no contexto externo com repercussões no país, como os problemas no setor bancário em Espanha, que levaram Madrid a pedir assistência financeira para a recapitalização da banca.

"Será prematuro pronunciar-me neste momento, porque estamos ainda à espera da missão técnica que irá a Portugal em finais de agosto, mas também porque devemos prepararmo-nos para incluir na avaliação portuguesa elementos do contexto em que Portugal se move, como por exemplo a situação em Espanha", disse na altura.

O processo de revisão que se inicia terça-feira é trimestral e está previsto no programa de assistência económica e financeira, através do qual a ‘troika’ disponibilizou 78 mil milhões de euros para Portugal.

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