Açoriano Oriental
Bolsa
PSI 20 recua 5% com todos os títulos no vermelho
O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI 20, encerrou esta quinta-feira com uma quebra de 4,98 por cento para os 7.442,99 pontos, com todos os títulos negativos, tendo sido apenas superado pela Espanha, que perdeu seis por cento.

Autor: Lusa / AO online
Todos os 20 títulos que compõem o índice de referência encerraram com desvalorizações significativas, entre os dois por cento e os nove por cento, numa sessão de forte liquidez em que foram movimentadas 157,4 milhões de acções, no valor global de 396 milhões de euros.

A praça accionista portuguesa voltou, pelo segundo dia consecutivo, a apresentar uma das maiores quedas a nível mundial, depois de ter desvalorizado na quarta-feira quase três por cento, com as preocupações dos investidores centradas no desequilíbrio orçamental de Portugal, Espanha e Grécia.

Os analistas hoje ouvidos pela agência Lusa apelaram à convergência de posições entre Governo e oposição de forma a transmitir "sinais claros" aos investidores de que Portugal conseguirá sanear as contas públicas.

Para Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio Geral, há neste momento uma clara preocupação com a governabilidade do país e por isso não é tempo para "querelas partidárias".

Na mesma linha, António Seladas, director de investimento do Millennium BCP manifestou a sua preocupação relativamente à situação do mercado português pelo facto de o que está a motivar a queda do PSI 20 serem factores "exógenos" ao mercado.

"A estabilização dos mercados será difícil. O Orçamento de Estado não chegou. É necessário algo mais credível porque estas situações não são fáceis de gerir", avisou.

Segundo António Seladas, o PSI 20 sofreu quedas desta dimensão durante a crise do 'sub-prime', em Outubro de 2008, mas nessa altura todos os mercados estavam a cair.

A liderar as perdas na sessão de hoje estiveram a Sonae Indústria e a Teixeira Duarte, que regrediram mais de nove por cento para 2,25 euros e 0,85 euros, respectivamente.

A Brisa, o BCP e o Banco BPI baixaram mais de sete por cento, sendo seguidos por um lote de cinco empresas que baixaram mais de seis por cento (Altri, Mota Engil, Sonae, Sonaecom e Portucel).

Nota também para a Jerónimo Martins, a EDP Renováveis, a Semapa e o BES, todos com quedas superiores a cinco por cento.

A Galp e a Cimpor perderam quase cinco por cento durante a sessão, enquanto a Zon recuou 3,6 por cento e os pesos pesados EDP e PT fecharam a baixar 2,5 por cento para 2,68 euros e 7,339 euros, respectivamente.

A REN foi a empresa que teve a menor desvalorização, mas ainda assim perdeu 1,9 por cento para 2,827 euros.

Na Europa, o dia também foi de perdas, ainda que mais ligeiras do que em Portugal. Apenas Madrid teve uma sessão mais 'negra' do que Lisboa, recuando 5,94 por cento.

De resto, as descidas variaram entre os 2,17 por cento de Londres e os 2,75 por cento de Paris.

O Dow Jones Stoxx 50 recuou 2,81 por cento para 2.425,7 pontos e o Euronext 100 cedeu 2,90 por cento para 647,97 pontos.
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