Açoriano Oriental
PSD critica projeto da Casa da Autonomia dos Açores, socialistas falam em "demagogia"
O Governo dos Açores e o PS consideraram hoje uma "torrente de demagogia" as reiteradas críticas e alusões que o PSD tem feito ao projeto da Casa da Autonomia no debate parlamentar do Orçamento da região para 2015.
PSD critica projeto da Casa da Autonomia dos Açores, socialistas falam em "demagogia"

Autor: Lusa/AO Online

O debate, no parlamento dos Açores, começou na terça-feira e já por diversas vezes o PSD condenou os três milhões de euros destinados à "Casa da Autonomia da dra. Luísa César", como hoje lhe chamou o deputado do PSD José Andrade, numa referência à coordenadora do projeto, a mulher do ex-presidente do Governo Regional Carlos César.

Na terça-feira e hoje, diversos deputados do PSD condenaram as "estranhas prioridades" do Governo dos Açores, comparando aqueles três milhões de euros a verbas destinadas a outras áreas, que consideram insuficientes, como a "cultura popular" ou os apoios sociais.

Para o PSD, a Casa da Autonomia será o "museu do socialismo do passado", um "entretenimento de luxo" para "ocupar socialistas que se recusam a ir embora no presente", e tem uma dotação que daria para "colmatar" dificuldades que enfrentam alguns açorianos.

Depois de ouvir José Andrade referir-se a Luísa César, o secretário regional da Cultura, Avelino Meneses, afirmou que "finalmente" entendeu "o que está em causa" e é "muito pouco, infelizmente".

"Ainda bem, graças a Deus, o problema não é com o Palácio da Conceição [sede do primeiro Governo Regional, onde ficará a Casa da Autonomia]. Graças a Deus que o problema não é com a autonomia. Afinal, o problema é com a coordenadora da Casa da Autonomia. (...) Mas se o problema é esse, senhor deputado, é para esse lado que eu durmo melhor", afirmou.

Avelino Meneses afirmou que "só estaria preocupado" se a Estrutura de Missão para a Casa da Autonomia "não tivesse as condições técnicas e científicas para desempenhar a sua missão", acrescentando que está descansado, já que todos os elementos são formados em História e têm pós-graduações em ciências documentais e museologia.

"Deixemos a coordenadora trabalhar e ver se ela alcança os objetivos", afirmou.

Já antes da referência direta a Luísa César, quando apresentou o orçamento da sua Secretaria, Avelino Meneses tinha defendido o projeto e considerado as críticas uma "torrente de demagogia", depois do consenso que houve na região em 2009, quando a Casa da Autonomia foi anunciada.

Avelino Meneses apontou as "insólitas reações de repulsa" ao projeto, ditadas pelas "incidências da pequena política", por parte de quem reivindica "quase a exclusividade da paternidade da autonomia".

O secretário regional vincou que o projeto inicial foi reduzido de dez para cinco milhões de euros, "uma boa prova do respeito" que o executivo tem pelas "contingências sociais e económicas" atuais, e que 80% das verbas se destina à requalificação e conservação do Palácio da Conceição.

Um argumento que foi repetido pela deputada do PS Renata Correia Botelho, que invocou o apoio que até o ex-presidente do executivo açoriano Mota Amaral (PSD) deu ao projeto.

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