Açoriano Oriental
PSD/Açores quer fundos comunitários orientados para combate ao desemprego
O vice-presidente do PSD/Açores considerou hoje "primordial" que os fundos do quadro comunitário 2014-2020 sejam orientados para o combate ao desemprego, a educação e a formação e haja "melhor aproveitamento" das verbas.
PSD/Açores quer fundos comunitários orientados para combate ao desemprego

Autor: Lusa/AO Online

“O desemprego, educação e formação são três vetores que são fundamentais para ajudar os Açores a vencer a maior crise financeira social e económica da autonomia”, considerou Alexandre Gaudêncio, em declarações aos jornalistas após ter sido ouvido pelo presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, sobre a proposta de Plano Operacional dos Açores (POA) 2014-2020.

Alexandre Gaudêncio considerou ser “evidente que os Açores precisam de fazer mais e melhor” com os fundos europeus, que, nos últimos anos, totalizaram cerca de 2.600 milhões de euros.

“Os resultados deixaram muito a desejar porque os Açores continuam a ser a região do país com maior taxa de desemprego e da Europa em termos de abandono escolar”, declarou, considerando que os Açores não podem ser apresentados na Europa “como campeões dos gastos e ocupar os últimos lugares dos resultados”.

O presidente do executivo açoriano ouviu hoje os partidos com assento no parlamento regional sobre a proposta de POA, que tem de ser submetida à Comissão Europeia. O POA 2014-2020 tem uma dotação superior a 1,1 mil milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Fundo Social Europeu.

O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, considerou, no final da audiência com Vasco Cordeiro, que o documento podia ser "mais ambicioso”, sublinhando que é a última oportunidade que a região tem de receber fundos comunitários nesta quantidade.

“Este documento reconhece aquilo que o Governo dos Açores tem vindo a negar ao longo deste tempo, ou seja, que a região é pobre, tem um alto nível de desemprego, elevadíssima taxa de abandono escolar e que ainda precisa de um grande investimento no desenvolvimento”, declarou.

Já o presidente do PPM defendeu a necessidade de “monitorizar constantemente” a aplicação dos fundos para se verificar se estão a “gerar os efeitos desejáveis”, devendo haver mecanismos para eventuais necessidades de modificações.

Paulo Estêvão considerou que os eixos e prioridades do POA “estão bem definidos”, mas frisou a necessidade de os fundos europeus serem bem aproveitados, sublinhando também ele que esta é a “última oportunidade de desenvolvimento”.

O líder do PCP/Açores manifestou, por seu turno, preocupações com o emprego, dizendo que o POA se traduz na “continuidade de um conjunto de medidas implementadas na região que não resolvem o problema”.

“Julgamos que o problema do emprego só se resolve com crescimento económico, desde logo, com a consolidação e o alargamento da nossa base produtiva, tornando a economia menos dependente do exterior”, declarou Aníbal Pires.

Já a dirigente do BE/Açores Zuraida Soares considerou o documento um “belo plano", mas tem de “ser explicado como é que a curto, médio e a longo prazo se atingem as metas propostas”.

Para Zuraida Soares, o POA constitui “uma oportunidade perdida de mudar o modelo de desenvolvimento dos Açores, apostando-se na criação de um centro de investigação internacional e numa posição geoestratégica que pode ter uma rentabilidade económica e social utilizada do ponto de vista civil e não, permanentemente, militar”.

Já o deputado e dirigente do PS/Açores Francisco César destacou que o POA foi alvo de um “longo debate, contrariamente ao que aconteceu no continente”, que visou construir um “bom” instrumento capaz de “enfrentar os desafios “ dos próximos sete anos.

O dirigente do PS/Açores, que tem maioria no parlamento regional, referiu ser importante, no quadro das metas do POA, o desafio do desemprego, afirmando que o objetivo é uma “modernização da economia açoriana que permita um nível de emprego sustentável”.

Francisco César identificou as opções prioritárias do documento como as “mais corretas”, exemplificando com a aposta na competitividade do tecido empresarial, melhoria dos resultados escolares e a inclusão social.

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