Açoriano Oriental
PSD/Açores diz que medidas para combater listas de cirurgias "vêm tarde"
O PSD/Açores considerou hoje que as medidas do Governo Regional socialista para combater as listas de cirurgias pecam por tardias e reiterou que o problema só se resolve com a implementação de um programa "contínuo".
PSD/Açores diz que medidas para combater listas de cirurgias "vêm tarde"

Autor: Lusa/AO Online

"Foi-nos dado hoje conhecimento de que a Secretaria Regional da Saúde vem autorizar as unidades públicas de saúde da região, os hospitais, a terem uma produção adicional cirúrgica que tem como limite os 25% relativamente àquilo que é operado em [horário] normal. Nós sublinhamos esta matéria como sendo uma medida positiva, lamentamos é que ela tenha sido tomada dois anos após a nossa denúncia relativamente a esta matéria", disse Luís Maurício, deputado do PSD na Assembleia Legislativa Regional.

O deputado falava após uma reunião com a administração do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, onde esteve também presente o líder da estrutura partidária, Duarte Freitas.

"O governo, dois anos depois, vem atrás de nós [PSD] e vem apresentar esta medida que, no nosso entender, ainda não é a medida em toda a sua extensão que devia ser concretizada, porque nós somos a favor de um programa de recuperação cirúrgica contínua, de modo a que os tempos máximos de resposta garantidos sejam na verdade cumpridos perante o doente", sustentou.

Luís Maurício lembrou que o PSD propôs, em fevereiro de 2014, que, para além da criação de um regime integrado de doentes em espera cirúrgica que abarcasse de forma homogénea os três hospitais da região, se definisse um regime que permitisse operar os doentes fora do horário normal de trabalho.

"Vêm tarde. É pena. Fomos atacados, injustamente criticados, tudo isso dissemos há dois anos", constatou o deputado do PSD/Açores, sublinhando que a legislação refere que um doente não pode esperar mais do que nove meses por uma cirurgia não prioritária e que esses prazos não estão a ser cumpridos e “estão apenas no papel”.

Segundo Luís Maurício, a questão cirúrgica continua a ser um tema que preocupa o PSD, mas também a administração da maior unidade de saúde dos Açores.

No Hospital de Ponta Delgada, indicou, há 7.500 doentes inscritos em espera cirúrgica, faltam anestesistas e as seis salas do bloco operatório continuam encerradas à tarde e uma delas durante a manhã.

Em toda a região, a lista de espera ultrapassa os 9.000 pacientes.

Relativamente à deslocação de doentes, o deputado voltou a lamentar que tenha sido reduzido o valor dado ao acompanhante, “da mesma forma que se reduziu também o nível de comparticipação ao transporte diário”, para um máximo de 10 euros, quando anteriormente era pago de forma integral.

“E se é certo que em relação ao doente per si foi aumentada, a diária em função do seu rendimento, para o seu acompanhante ela baixou”, frisou Luís Maurício, que voltou a denunciar que o número de doentes em espera para consulta em algumas áreas "é muitíssimo elevado", como no caso da oftalmologia no Hospital de Ponta Delgada.

Para o PSD, a verba do programa Vale Saúde (apoio financeiro para cirurgias fora da região) inscrita no orçamento para 2016 deve ser uma medida complementar.

“Os 500 mil euros para o Vale Saúde devem ser orientados para situações muito específicas de doentes há muito tempo em espera e para situações verdadeiramente identificadas como muito muito urgentes e que não podem os doentes esperar mais”, considerou o parlamentar.

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