Açoriano Oriental
Primeiro casamento homossexual realiza-se hoje em Portugal
Teresa e Lena colocam hoje fim a uma luta de quatro anos em tribunais para poderem casar-se. Os seus nomes ficarão registados para sempre como o primeiro casal de pessoas do mesmo sexo a casar em Portugal.

Autor: Lusa/AO On line

“Finalmente” – foi a palavra utilizada por Teresa para descrever à agência Lusa o “ansiado” momento, que culminará com uma cerimónia numa conservatória de Lisboa, seguida de uma “pequena festa preparada por amigos e conhecidos”.

Teresa Pires e Helena Paixão vivem juntas há oito anos com as duas filhas de uniões anteriores heterosexuais. Em fevereiro de 2006 deram entrada com um processo de casamento na 7.ª conservatória de Lisboa, mas viram o processo recusado, primeiro pelo conservador e depois pelos tribunais.

Mas nunca baixaram os braços: “Houve quem dissesse que foi uma tentativa falhada, mas para nós não foi. Já estávamos à espera e sabíamos que não íamos casar”, referiu.

A tentativa serviu para gerar um movimento a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo. “Graças a Deus, correu bem, porque metemos toda a gente a mexer”, conta, orgulhosa.

Sobre a contribuição que deram para esta luta que terminou com a aprovação da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo no Dia Mundial Contra a Homofobia (17 de maio), Teresa apenas diz: “Eu não sei se demos um contributo importante, há quem diga que sim”.

Quando decidiram casar há quatro anos, o objetivo não era enveredar por um combate: “Era apenas uma luta pessoal para tentar casar” e “ter os mesmos direitos do que os outros, serem um casal”.

“A partir do momento em que posso casar para mim é uma vitória”, comenta.

Com a aproximação do momento, os nervos começaram a surgir: “Estamos nervosas, como qualquer pessoa”, mas “não tenho nada idealizado. O que eu quero é assinar os papéis e casar”, frisou.

A acompanhá-las nesta aventura estão as filhas, de 16 e a 10 anos: “Estão em pulgas, quase que pensam que são elas que vão casar. Estão a viver tudo isto com muita emoção, principalmente a mais velha,que acompanhou todo o processo”, diz Teresa.

Já sobre as famílias, Teresa diz que estão a ter o comportamento que sempre manifestaram ao longo dos oito anos, uma é “completamento contra” e a outra é “recetiva”.

 

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