Açoriano Oriental
Primeira bandeira autonómica dos Açores vai integrar futura Casa da Autonomia
A primeira bandeira autonómica e um cofre oferecido a Hintze Ribeiro estão entre as peças que a Casa da Autonomia, nos Açores, vai mostrar, num projeto museológico já em curso que inclui uma plataforma digital, segundo a sua coordenadora.
Primeira bandeira autonómica dos Açores vai integrar futura Casa da Autonomia

Autor: LUSA/AO Online

“A Casa da Autonomia será um amplo espaço de conhecimento, memória e de identidade do povo açoriano e da sua região”, afirmou hoje Luísa César, coordenadora da Estrutura para a Casa da Autonomia, em declarações à Lusa, explicando que o projeto tem duas dimensões - uma museológica, no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada, edifício de grande "valor simbólico" para a história autonómica, e uma plataforma digital "inovadora". Luísa César adiantou que o projeto de recuperação do palácio e instalação da Casa da Autonomia nasceu em 2009 e esteve "inicialmente orçado em dez milhões de euros”, valor que foi “drasticamente diminuído, passando para metade", com "o surgimento da crise e a necessidade de dar prioridade a outras despesas públicas". A recuperação do Palácio da Conceição, “gravemente afetado por contaminação de térmitas, está orçada em 3,5 milhões de euros e 1,5 milhões de euros destinam-se aos projetos museológico e digital”, tendo a coordenadora informado que vão ser apresentadas candidaturas a fundos comunitários para financiamento. “Está a haver algum atraso no início das obras, mas está dentro dos ‘timings’ para ainda ser inaugurado dentro dos 40 anos das comemorações do decreto da autonomia constitucional”, disse a coordenadora, indicando que o investimento conta com as parcerias das direções regionais da Cultura e das Obras Públicas e Comunicações. Luísa César sublinhou que no Palácio da Conceição – que foi sede da Junta Autónoma - será desenvolvido "um programa com os requisitos que permitirão a sua inclusão” nas redes regional e nacional de museus. Além do acervo deste espaço, o visitante poderá apreciar a primeira bandeira autonómica, hasteada em finais de outubro de 1897, na Casa do Monte, nos Ginetes, concelho de Ponta Delgada, e o cofre oferecido por um grupo de micaelenses em 1901 a Ernesto Hintze Ribeiro (político natural de Ponta Delgada que aprovou, em 1895, o decreto que concedeu autonomia administrativa aos Açores). "A Casa da Autonomia vai ter uma exposição de longa duração com forte componente interativa e multimédia, exposições temporárias, a guarda e conservação de coleções, um serviço educativo e uma biblioteca (com serviço de apoio à investigação e estudo da autonomia)", precisou ainda Luísa César. No espaço será ainda possível visitar áreas reservadas do palácio, como por exemplo as zonas de reunião do Conselho do Governo e de residência, e aceder aos claustros do antigo Convento e à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, contíguos. O objetivo é também instalar, de futuro, espaços semelhantes à Casa da Autonomia no Palácio dos Capitães-Generais, em Angra do Heroísmo, na Terceira, e no Faial, onde está a sede do parlamento regional. Quanto à plataforma, designada “Plataforma Autonomia dos Açores Digital”, com um Portal da Casa da Autonomia, permitirá aceder de forma virtual a uma grande diversidade documentos e informação relativos a esta matéria. "Temos um repositório muito grande de imagens, será apresentável na sua forma original ou na sua forma multimédia. Temos documentos de arquivo manuscritos, temos objetos tridimensionais. Temos depois também a história fantástica para contar", frisou Luísa César.

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