Autor: lusa/AO Online
Ana Paula Laborinho falava à Lusa em Toronto, no Canadá, onde se encontra para participar no simpósio que assinala os 65 anos dos Estudos Portugueses da Universidade de Toronto, aproveitando a visita para realizar encontros nas escolas e universidades e com os media comunitários lusos.
"Estamos a desenvolver o modelo do que chamamos "escolas certificadas". Cremos que até final do ano já temos condições para disponibilizar o modelo das escolas certificadas", anunciou Ana Paula Laborinho.
O processo de certificação, adiantou, seguirá um conjunto de parâmetros, quer a nível de programas como da certificação de docentes, os quais passarão a ter "obrigações de formação todos os anos".
Com o novo modelo, também os alunos poderão obter a certificação dos seus níveis linguísticos, tendo por base o quadro de referência europeu, acrescentou ainda.
"Admito que possa ser exigente, mas também admito que os resultados e a possibilidade de ter um selo [do Camões] de um valor internacional pode ser também uma grande mais-valia para as escolas", preconizou Ana Paula Laborinho.
A certificação de escolas ou dos níveis linguísticos para os alunos não é obrigatória, só a terá quem requerer.
Para o Canadá, Ana Paula Laborinho anunciou a entrada em funcionamento já no corrente ano letivo do "Camões Toronto", o novo centro de língua que irá funcionar nas instalações do consulado de Portugal naquela cidade.
Em junho de 2011, o instituto Camões havia celebrado com uma sociedade luso-canadiana um protocolo com vista à criação de um centro de língua portuguesa, o qual foi concretizado. Mas, no início deste verão ambas as partes deram como terminado o acordo.
Questionada sobre o fim deste protocolo, a responsável do Camões comentou que "a sociedade luso-canadiana entendeu que deveria prosseguir o seu projeto sozinha. O Camões tem padrões de qualidade exigentes e decidiu criar um centro de língua que irá funcionar no consulado".
"O Camões Toronto vai fazer uma oferta de cursos de acordo com esses padrões de qualidade e segue quadro de referência europeu para o ensino das línguas", referiu.
"O objetivo é corresponder ao interesse que existe e é cada vez maior pela língua portuguesa. O destinatário é o público geral, mas teremos igualmente cursos para fins específicos. Por exemplo, poderemos disponibilizar também aqui em Toronto o curso de Português para a área dos negócios", aludiu.
No que respeita aos leitorados no Canadá, o Camões tem presentemente quatro professores distribuídos pelas universidades de Toronto, York e Otava (na província do Ontário) e Montreal (no Quebeque).
Neste ponto, a responsável frisou que a estratégia traçada é de consolidação dessas posições e busca de uma articulação com o ensino de Português nas escolas dos níveis básicos e secundários, áreas que foram transferidas para o Camões em 2010.
Questionada sobre a disponibilidade de um leitorado em Vancouver, indicou: "Há uma grande expansão do Português e a nossa capacidade de resposta vai para as universidades e locais onde há um maior pedido para a abertura de cursos de Português. Se a universidade em Vancouver manifestar esse interesse nós estamos muito disponíveis para corresponder e para encontrar soluções que permitam o alargamento do Português no Canadá".
Sobre o 65.º aniversário dos Estudos Portugueses na Universidade de Toronto, a responsável enalteceu que traduz a "perenidade do ensino do Português no Canadá e a sua vitalidade", elogiando ainda a direção de Manuela Marujo, a responsável do departamento respetivo.
O Camões totaliza 165 mil alunos de Português em todo o mundo, seis mil dos quais no Canadá.