Açoriano Oriental
Presidente das Misericórdias alerta para importância do trabalho em rede
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, alertou para a importância do funcionamento em rede das instituições que prestam apoio social, a fim de garantirem a sustentabilidade futura das suas ações.

Autor: Lusa/AO Online

 

"É essencial que as instituições trabalhem em rede para garantirem o trabalho social que têm feito, e vai haver uma altura em que temos de nos sentar todos, porque não há dinheiro", disse à agência Lusa Manuel de Lemos, à margem do II Encontro de Responsabilidade Social "Do assistencialismo à sustentabilidade", no Centro de Congresso do Algarve, em Albufeira.

De acordo com o presidente da UMP, o trabalho em rede "é uma realidade inexistente até em muitas misericórdias, que são muito maiores e muito mais estruturadas do que outras do setor social que fazem um trabalho notável".

"São organizações que não podem acabar, porque seria muito dramático, e os portugueses sofreriam muito, mas têm de se estruturar, sob pena de ficarem ainda mais frágeis e, ficando mais frágeis, podem acabar", sublinhou Manuel de Lemos.

Para o presidente da UMP, o trabalho em rede, "com desprendimento da 'quintinha' de cada um, dos egos de muita gente, é fundamental, porque o Estado não vai ter recursos durante muito tempo, faz um esforço grande e nós sabemos qual é a realidade da situação social que temos".

"Temos de fazer um apelo a nós próprios de sermos capazes, em conjunto, de pegarmos e resolvermos os nossos problemas e não ficarmos à espera que os outros [os] resolvam, sem prejuízo", observou.

Manuel Lemos defendeu ainda que, para a sustentabilidade de todos aqueles que têm um trabalho social, "é necessário que pensem também na distribuição de serviços, para evitar a saturação do mercado com muitos" a oferecer os mesmos produtos e serviços.

"É bom que pensemos nisso, antes que isso nos caia em cima da cabeça. Não sei se, nalguns casos, não estejamos na véspera", advertiu.

Manuel de Lemos crê que essa descentralização ou divisão de serviços "não será fácil, devido às muitas capelinhas existentes", recordando que "é contra a existência de demasiadas capelinhas" que tem lutado.

"O setor social tem revelado, ao longo dos séculos, uma grande capacidade de adaptação e agilidade e, neste caso, se calhar, aqui temos de ser novamente a lanterna que vai à frente", concluiu.

Promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, o II Encontro de Responsabilidade Social reuniu mais de 300 pessoas ligadas a instituições, que prestam apoio na área social, em todo o país.

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