Autor: Lusa/AO Online
Fonte da procuradoria de Nova Iorque disse à agência Lusa que o primeiro passo será uma audiência, pedida pela defesa, para determinar a validade da confissão que Seabra fez à polícia depois do crime.
O juiz é, para já, Michael Obus, que preside ao Tribunal Supremo de Nova Iorque e teve recentemente em mãos o caso de Dominique Strauss-Khan.
Mas, segundo a mesma fonte da procuradoria, o julgamento poderá ainda ser entregue a um outro juiz.
A decisão em relação à confissão deverá ser tomada por Obus só depois de ouvidas testemunhas chamadas por ambas as partes.
A mesma fonte escusou-se a responder à pergunta sobre se a Procuradora vai pedir para ouvir Seabra.
Seguir-se-á o processo de seleção do júri para o julgamento, que poderá demorar poucos dias ou até uma semana, dependendo da facilidade de haver acordo entre procuradoria e defesa.
O processo de julgamento deveria ter começado na segunda-feira, mas foi novamente adiado devido a "conflitos de agenda" entre as partes, segundo o advogado de Seabra, David Touger.
A defesa sustenta que o jovem deve ser considerado "não culpado por razões de doença ou distúrbio mental" e mostra-se confiante de que esta tese vai prevalecer perante um júri, quando o julgamento arrancar, escudando-se em relatórios psiquiátricos.
O início do julgamento, que deverá durar entre duas e três semanas, chegou a ser apontado para abril ou maio.
A demora na entrega de elementos e no arranque do julgamento motivou acesas discussões na sala de audiências entre defesa e acusação, levando o anterior juiz, Charles Solomon, a declarar-se "frustrado" com o andamento lento do processo.
O caso remonta a 07 de janeiro de 2011, quando o cadáver de Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilhara com Renato Seabra, em Manhattan.
O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.