Açoriano Oriental
PPM propõe Insígnia Autonómica de Valor para líder histórico da Frente de Libertação dos Açores
O PPM manifestou "profundo pesar" pela morte do líder histórico da Frente de Libertação dos Açores, José de Almeida, e anunciou que vai propor que lhe seja atribuída a Insígnia Autonómica de Valor, a mais alta condecoração açoriana.
PPM propõe Insígnia Autonómica de Valor para líder histórico da Frente de Libertação dos Açores

Autor: Lusa/AO Online

 

“Consideramos que a restauração de um modelo de autogoverno para os Açores, em 1976, está indelevelmente ligado à sua ação política e a tudo o que representou o 6 de junho de 1975”, sublinha o deputado do PPM no parlamento dos Açores, Paulo Estêvão, num comunicado.

A 06 de junho de 1975, uma manifestação juntou 10 mil pessoas em Ponta Delgada, na sua maioria lavradores, que se batiam por várias reivindicações e contra o regime de Lisboa.

Além da proposta para ser atribuída a Insígnia Autonómica de Valor a José de Almeida, o PPM adianta, ainda, que vai apresentar na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores um voto de pesar pela morte do líder histórico da FLA.

"Era nosso propósito efetuar este reconhecimento, no âmbito das comemorações dos 40 Anos do 6 de junho de 1975, ainda em vida do Dr. José de Almeida. Desse propósito já tínhamos dado nota a várias personalidades açorianas, estando o anúncio do mesmo a dias de ser realizado publicamente", diz o PPM.

O PPM frisa que "não é um partido independentista", mas defende “o aprofundamento do modelo de autogoverno do povo açoriano no seio da nação portuguesa” e preconiza “a criação de uma estrutura política de natureza federal, de forma a que nela se possa inserir um futuro estado açoriano”.

O líder histórico da Frente de Libertação dos Açores (FLA) e dos independentistas da região, José de Almeida, morreu na segunda-feira, aos 79 anos, em Ponta Delgada, vítima de doença prolongada.

"É uma perda, não só para a FLA, como para os Açores. A pouca autonomia que temos, a ele a devemos", declarou à Lusa o dirigente do movimento independentista Álvaro Lemos, frisando que José de Almeida deixou "um legado de grande responsabilidade, que a FLA vai continuar".

Fundada a 08 de abril de 1975, a FLA reivindicou desde sempre a separação dos Açores do resto do país.

Em 2012, José de Almeida reiterou a ideia de que a FLA pretende uma “independência negociada” e “não violenta” para os Açores, apontando Portugal e os Estados Unidos como parceiros privilegiados no processo e que “independência não é isolacionismo”.

Apesar de doente, José de Almeida manteve até ao final da sua vida o seu ativismo público em defesa da independência dos Açores.

Na sua última intervenção pública, a 06 de junho passado, afirmou que "a luta pela independência vai continuar a ser um caminho" e admitiu que a FLA se sentiu "traída neste percurso".

O funeral de José de Almeida realiza-se na quarta-feira, às 10:00 locais (11:00 em Lisboa), em Ponta Delgada.

 

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