Açoriano Oriental
PPM e CDS voltam a pedir demissão do secretário regional da Saúde dos Açores
PPM e CDS pediram hoje, pelo segundo dia consecutivo, a demissão do secretário regional da Saúde açoriano, num debate parlamentar em que a maioria socialista vincou que apoia e se "orgulha" da "reforma" no setor e lamentou a "politiquice".

Autor: Lusa/AO online

 

Após várias horas de debate sobre a situação do Serviço Regional de Saúde (SRS), na sequência de uma interpelação ao Governo Regional agendada pelos comunistas, o PPM e o CDS acabaram por pedir a demissão de Luís Cabral, repetindo uma reivindicação feita pelo deputado monárquico na terça-feira, também no plenário do parlamento dos Açores.

Desta vez, os dois partidos pediram a saída de Luís Cabral depois de o líder do CDS/Açores, Artur Lima, o ter acusado de tomar medidas que "impedem o acesso dos açorianos" à saúde e "cortar em tudo", mas nomear "amigos" para cargos.

E apontou o caso do ex-diretor regional da Saúde, substituído em julho passado, que ao abrigo da mobilidade especial passou a ser enfermeiro no Centro de Saúde de Angra do Heroísmo (vindo de uma unidade do continente) e, entretanto, assegurou Artur Lima, foi "nomeado" para "um cargo" dentro da unidade, mesmo não pertencendo aos quadros.

Artur Lima disse ainda que foi criado recentemente um gabinete de comunicação no hospital da Terceira, reivindicado e considerado necessário há muito, mas só agora instituído, desafiando Luís Cabral a dizer no plenário quem o ocupa por nomeação.

"Parece-me que chegado a esta altura, chegado aqui, o SRS só tem uma saída, é a sua", disse Artur Lima.

Também Paulo Estêvão, do PPM, considerou que há "prioridades mal estabelecidas" e disse não entender como "se abre gabinetes de comunicação" e "ex-governantes são colocados em cargos que não existiam" quando há um "número crescente de pessoas em situação de desespero".

"O que está a acontecer é que o nosso sistema de saúde está a ser desmantelado e as pessoas estão desesperadas. E isto não pode continuar. Isto só se resolve, senhor secretário, com a sua demissão", afirmou.

Luís Cabral disse ser "falso" estar no cargo para nomear "amigos" e negou favorecimentos nas nomeações que faz, lamentando que Artur Lima persista em fazer-lhe "acusações infundadas”.

O secretário regional acusou Artur Lima de ter uma "postura mesquinha" que tem levado bons profissionais do SRS a "fazer as malas" e a regressar ao continente.

Sobre o caso do ex-diretor regional da Saúde, disse que "gostou de viver nos Açores" enquanto esteve no Governo do arquipélago e que, por sua iniciativa, fez um pedido de mobilidade do Serviço Nacional de Saúde para o SRS, como muitos outros profissionais que trabalham nas ilhas.

Como tinha alguma "experiência" em processos de certificação de serviços, o presidente da Unidade de Saúde de Ilha da Terceira pediu-lhe para "colaborar" nesse processo, explicou.

Quanto ao gabinete de comunicação no hospital, disse que "era uma necessidade" e uma "obrigatoriedade" para o processo de acreditação da unidade.

O deputado do PS José San Bento lamentou que num debate sobre uma matéria de "máxima importância" o líder do CDS/Açores tenha substituído "a política pela politiquice" e acusou o deputado do PPM de "explorar o desespero das pessoas".

"O grupo parlamentar do PS manifesta orgulho por apoiar este governo e manifestamos apoio ao governo, à reforma que o governo tem implementado e solidariedade ao secretário regional da Saúde", disse o socialista.

San Bento felicitou o PCP pela iniciativa da interpelação e por criticar o executivo mas apresentar "propostas e alternativas", que os socialistas prometeram "examinar".

O socialista elogiou também a bancada do PSD, considerando que houve uma aproximação no reconhecimento dos problemas do SRS, apesar das divergências em relação às soluções.

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