Açoriano Oriental
PPM alerta para "perigo" de o PS vencer com dois terços dos votos
O líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, alertou hoje para o "perigo" de o PS vencer as eleições regionais de 16 de outubro com dois terços dos votos, alegando que a região se transformaria numa "ditadura".
PPM alerta para "perigo" de o PS vencer com dois terços dos votos

Autor: Lusa/AO Online

“Há um perigo tremendo de termos um sistema político totalmente condicionado”, frisou, em declarações à Lusa, referindo-se a uma sondagem da Norma-Açores, publicada hoje pelo jornal Açoriano Oriental, que dá vitória ao PS com 66,9% dos votos.

Paulo Estêvão, que foi eleito nos últimos dois mandatos e se recandidata como cabeça de lista pelo círculo eleitoral da ilha do Corvo, arrancou a campanha eleitoral oficial, esta tarde, com uma ação de rua na cidade da Horta, no Faial.

O candidato monárquico acredita que os resultados da sondagem se podem comprovar nas urnas a 16 de outubro, mas alega que, se isso acontecer, os partidos da oposição estarão “de mãos atadas”.

“Este resultado permite ao PS governar sem qualquer tipo de contrapeso. Podem alterar a lei eleitoral sem a participação de qualquer outro partido, podem alterar o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, podem alterar o regimento da Assembleia Legislativa, dando menos tempo de debate aos partidos pequenos, por exemplo, e podem alterar todo o sistema político”, frisou.

O Partido Socialista está há 20 anos no poder nos Açores, tendo obtido maioria absoluta nos últimos quatro mandatos.

Segundo Paulo Estêvão, se o PS eleger mais de 38 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa dos Açores (a sondagem aponta para uma margem entre 36 e 41), “transformará os Açores numa ditadura”.

“O PS passa a controlar tudo e a impedir qualquer género de fiscalização. Se agora já é difícil fiscalizar, será ainda pior”, apontou.

Para o líder regional do PPM, o resultado da sondagem não foi uma surpresa, até porque já tinha escrito um artigo de opinião a alertar para este cenário, em agosto.

“O PS vai desvalorizar esta sondagem para mobilizar todo o seu eleitorado, mas a única preocupação que tem é assegurar uma maioria histórica de dois terços”, salientou.

Paulo Estêvão rejeitou, por outro lado, que exista uma elevada abstenção nos Açores, considerando que os números apresentados são “meramente estatísticos”, porque os cadernos eleitorais não estão atualizados.

“Cerca de 15% dos eleitores recenseados não vive nos Açores, mas nos Estados Unidos ou no Canadá. Se subtrairmos esse número, a abstenção não é de 52%, mas de 37%, que é a média europeia”, frisou.

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