Açoriano Oriental
Poupar pode passar por "cortar" nos vícios e nos bens supérfluos
Assinala-se esta quarta-feira o dia Mundial da Poupança, efeméride que assume especial destaque numa época em que a crise económica do país vai-se agravando a largos passos trazendo salários mais baixos e mais desemprego.
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Autor: Carla Ormonde

Cortar nos vícios e nos bens supérfluos é o principal conselho que Mário Reis, secretário geral da Associação dos Consumidores da Região Açores (ACRA), deixa para que as famílias possam poupar “no pouco dinheiro que ainda recebem”.

De acordo com Mário Reis, de forma a economizar os rendimentos, as pessoas podem “cortar” no tabaco e nas bebidas alcoólicas. O secretário geral da ACRA aconselha ainda aos consumidores para que estes utilizem o telemóvel apenas quando não houver outra hipótese, porque, conforme considerou, as chamadas feitas a partir de um telefone fixo (para outro telefone fixo) são significativamente mais baratas.

“As estatísticas indicam que Portugal é o país europeu onde mais se gasta em comunicações móveis”, referiu o mesmo.

Tomar o pequeno almoço em casa e levar lancheira com o almoço para o local de trabalho são outras dicas deixadas por Mário Reis de forma a que os açorianos consigam poupar mais dinheiro.

No entanto, Mário Reis alerta para diversas situações em que economizar já nem é possível.

“A vida está cada vez mais difícil. Há famílias que já não terão mais onde cortar, porque tinham dois salários, e hoje vivem com um salário e às vezes até sem nenhum, outras – em casos ainda mais graves – vivem sem qualquer espécie de subsídio e são estes casos que não se pode dizer para cortarem nas despesas, porque já não têm mais onde poupar”

De acordo com o mesmo, as pessoas “que ainda têm onde poupar” têm que começar a fazê-lo  para se precaverem para o próximo ano, que “vai ser bem pior”.

“Não há luz ao fundo do túnel que nos faça ter esperanças de que a situação económica do país vá melhorar, antes pelo contrário”, sublinhou Mário Reis.

Sublinhando que “as pessoas têm que poupar em tudo o que for possível e imaginário”, o secretário geral da ACRA deixou o alerta para que as famílias “deixem de lado” a comodidade de ir aos supermercados comprar os legumes e passem a cultivá-los - mesmo que tenham pouco espaço nas suas casas para isso - de forma a voltarem, de certa forma, “ao tempo dos pais e avós”.

“Quem tem um bocadinho de terra no quintal vai ter que voltar a plantar os nabos, as alfaces, as cenouras, as couves e eventualmente vamos voltar também ao galinheiro doméstico - quase todas as casas tinham o seu galinheiro, de onde tiravam os ovos, os frangos – era uma ajuda à economia doméstica”, concluiu.

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