Açoriano Oriental
Portugueses vivem horas de "grande entusiasmo" na Praça de São Pedro
Os poucos portugueses que estão na Praça de São Pedro, no Vaticano, à espera dos sinais de fumo da Capela Sistina que indicam a escolha do novo papa mostram-se entusiasmados com o momento histórico que estão a viver.
Portugueses vivem horas de "grande entusiasmo" na Praça de São Pedro

Autor: Lusa/AO Online

Por duas vezes, o fumo foi negro, um sinal de que o sucessor de Bento XVI ainda está por escolher, uma situação que não preocupa Susana Laranjeira, irmã franciscana hospitaleira da Imaculada Conceição, que prefere destacar o “grande entusiasmo” dos crentes.

“Isto só indica que está tudo a ser muito bem pensado, se saísse fumo branco à primeira ou à segunda talvez criasse mais espetáculo ou satisfizesse mais a curiosidade, mas assim significa que o Espirito Santo está a trabalhar nos cardeais e eles estão a ver para onde se está a orientar”, salienta.

Aluna na Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, a religiosa realça que o processo da escolha do sucessor de Bento XVI está a reforçar nas pessoas um “grande sentido de pertença à Igreja e ao mundo”.

Outro estudante português em Roma, o jesuíta Francisco Campos, também prefere passar pela praça para ver sinais do novo papa. Para o religioso, a Praça de São Pedro foi tomada por um “ambiente muito engraçado”, com os fiéis de cada nacionalidade a “puxarem cada um pelo seu cardeal”, embora se mantenha uma atmosfera “de comunhão entre as pessoas”.

Aluno num colégio “com mais de 40 nacionalidades diferentes”, Francisco Campos salienta que “a escolha do Papa está a ser vivida sem grandes alaridos”, pois “há a compreensão de que o nome que vier será para todos os católicos”.

Quanto ao futuro, Susana Laranjeira espera um papa que seja um orientador para “uma nova cultura, uma nova forma de estar na vida”.

Já Francisco Campos admite que é preciso clarificar os problemas que têm afetado a hierarquia católica: “Fala-se muito no pecado da Igreja, da Cúria, quem está aqui em São Pedro nota muito mais outra coisa, a Igreja viva, que está ao lado do Papa, qualquer que seja eleito”.

115 cardeais de 48 países, entre os quais Portugal, estão reunidos desde terça-feira em Conclave, na Capela Sistina, para escolherem o novo papa da Igreja Católica.

A eleição, que conta com a participação de dois cardeais portugueses, D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé, teve até agora três escrutínios, todos eles inconclusivos para a nomeação do sucessor de Bento XVI.

A 11 de fevereiro, o papa Bento XVI anunciou a renúncia ao cargo, efetiva a partir de 28 de fevereiro, devido à "idade avançada".

O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).

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