Açoriano Oriental
Portugueses escolhem "orgulho" para descrever o que sentem sobre revolução
Quarenta anos depois do 25 de Abril "orgulho" é a palavra mais escolhida pelos portugueses para descrever o que sentem quando pensam na Revolução dos Cravos, seguida a larga distância de "patriotismo" e "indiferença", segundo um estudo hoje divulgado.
Portugueses escolhem "orgulho" para descrever o que sentem sobre revolução

Autor: Lusa/AO Online

De acordo com um estudo do Instituto de Ciências Sociais, semanário Expresso, Sic Notícias e Fundação Calouste Gulbenkian, sobre “O 25 de Abril 40 anos depois”, 31% dos inquiridos escolheram a palavra “orgulho” para definir o que sentem quando pensam na Revolução dos Cravos.

Doze por cento preferiram responder “patriotismo” ou “indiferença”, enquanto 8% optaram pelas palavras “saudade” ou “tristeza”. “Incompreensão”, “liberdade”, “desconforto”, “outros sentimentos positivos”, “medo” e “raiva” recolheram entre quatro e um por cento das respostas.

De igual modo, à pergunta se a forma como se levou a cabo a transição para a democracia constitui motivo de orgulho para os portugueses, 79% dos inquiridos respondem que sim, contra o não de apenas 12%.

Sobre a atuação de políticos e militares no processo de transição política em Portugal, o antigo Presidente da República Ramalho Eanes é quem recolhe mais opiniões favoráveis entre os inquiridos, com 66% a considerarem-na positiva, 18% tão positiva como negativa e apenas 5% a responderem que foi negativa.

Em 2004, altura em que foi realizado um estudo similar, o antigo primeiro-ministro Sá Carneiro foi a personalidade escolhida pela maioria dos inquiridos, com 64 por cento de opiniões positivas.

Nestes 10 anos, o ex-Presidente da República Mário Soares desceu várias ‘posições’, passando do segundo lugar (com 58% de opiniões positivas) para quarto lugar (com 38%). Pelo contrário, Otelo Saraiva de Carvalho, que em 2004 tinha sido escolhido por apenas 27 por cento dos inquiridos, agora foi apontado por 37 por cento como tendo tido uma atuação positiva.

Mário Soares é, contudo, o único protagonista do 25 de Abril reconhecido por 100% dos inquiridos. Mais de 90% admitem também saber quem são Sá Carneiro, Álvaro Cunhal e Ramalho Eanes.

Considerado o facto mais importante para a história de Portugal por 59% das pessoas que responderam ao inquérito, o 25 de Abril é também visto pela maioria dos inquiridos (58%) como algo que teve mais consequências positivas que negativas.

A instauração de um regime democrático é apontado por 55% dos inquiridos como o objetivo daqueles que fizeram do 25 de Abril, uma revolução que 44% considera ter trazido bastantes mudanças na sociedade portuguesa e 40% muitas mudanças, contra os 10% que responderam que pouco mudou.

Mudanças que para 45% dos inquiridos foram tão positivas como negativas. Para 38% as mudanças foram mais positivas que negativas e apenas 14% aponta que existiram mais mudanças negativas do que positivas.

Corrupção (77%), criminalidade e insegurança (81%) e desemprego (79%) são os três aspetos que para a esmagadora maioria dos inquiridos pioraram comparando com o que se passava antes do 25 de Abril.

Pelo contrário, para 75% a habitação melhorou, assim como a assistência médica (70%) e a educação (69%).

Os objetivos da democratização e desenvolvimento foram “algo cumpridos” para 34% e 38% por cento dos inquiridos, respetivamente, enquanto para 34% foram mesmo “bastante cumpridos”.

O inquérito, divulgado hoje na conferência “25 de Abril 40 anos depois” que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, foi realizado pela GfK Metris durante o mês de janeiro, junto de uma amostra representativa da população com 15 ou mais anos residente em Portugal Continental, constituída por um total de 1254 inquiridos. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal.

 

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