Açoriano Oriental
Portugal longe dos objetivos europeus na reciclagem de resíduos
A associação Zero congratulou-se com a maior exigência de algumas metas propostas no Parlamento Europeu, na área do lixo, mas alerta que Portugal está muito longe dos objetivos na reciclagem de resíduos de embalagens.
 Portugal longe dos objetivos europeus na reciclagem de resíduos

Autor: Lusa/AO online

 

O relatório com as propostas de alteração, apresentado pelo Comité de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar do Parlamento Europeu, inclui medidas na prevenção da produção de resíduos, centradas no incentivo à reutilização de embalagens, através de sistemas de depósito, e no sentido da redução das embalagens excessivas e da utilização de produtos descartáveis, refere um comunicado da Zero.

A Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, destaca "duas medidas ambiciosas que preveem a redução em 50%, até 2030, dos resíduos alimentares produzidos e a redução também para metade do lixo marinho", na União Europeia.

"Portugal está muito longe das metas propostas na reciclagem de resíduos de embalagens", realça a entidade liderada por Francisco Ferreira, defendendo que os novos objetivos são uma oportunidade para o país concretizar os princípios da economia circular.

O relatório, segundo a Zero, "inclui um conjunto de medidas mais ambiciosas para o combate à excessiva produção de resíduos" e abrange o desperdício alimentar, a obsolescência programada ou a utilização de substâncias tóxicas na composição de embalagens".

As mudanças podem passar pela recolha seletiva de materiais como a madeira, os têxteis e os resíduos orgânicos, além dos atuais vidro, papel, plástico e metal.

A proposta refere uma meta de 80% para a taxa de reciclagem de resíduos de embalagens, até 2030, e de 65% para os resíduos orgânicos, até 2025.

"Portugal terá que assumir clara e inequivocamente a intenção de, no mínimo, cumprir as metas, contrariando os discursos muito pouco assertivos nestas matérias protagonizados pelo Ministério do Ambiente e alguns agentes do setor", defende a Zero.

Um dos exemplos referidos pela associação é a meta para a taxa de reciclagem de resíduos de embalagens que está atualmente nos 50%, área em que Portugal ficou nos 29% em 2014.

Na deposição de resíduos em aterro, é proposta uma taxa máxima de deposição de 25% do total de resíduos produzidos, a atingir até 2025, e Portugal está nos 52%.

Com as novas alterações, pode ser estabelecida uma meta de, pelo menos, 65% de compostagem de resíduos orgânicos até 2025, e surgir um novo regulamento sobre a utilização de fertilizantes inorgânicos, "incentivando-se a sua substituição por fertilizantes de origem orgânica, provenientes da compostagem", acrescenta a Zero.

Em Portugal, 70% dos solos têm teores baixos de matéria orgânica e "continua-se, numa demonstração de ineficiência incompreensível, a desperdiçar em aterro a maior parte da fração orgânica dos resíduos", que podia ser transformada em composto para a agricultura e floresta e contribuir para a melhoria da balança comercial, com um défice de 28 milhões de euros em 2014, defende.

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