Açoriano Oriental
Portugal foi "parolo" em ratificar tratado de patentes
O deputado do CDS-PP Ribeiro e Castro defendeu que a possibilidade de o Reino Unido adiar a ratificação do Tribunal de Patentes demonstra que "não havia pressa" em Portugal o fazer, comportando-se "como os parolos do costume".

Autor: Lusa/AO online

 

"Confirma-se a completa inutilidade e caráter absolutamente incompreensível de a maioria ter amordaçado o parlamento e impedido de levar até ao fim a discussão desta matéria e forçar a votação. Não havia pressa nenhuma. Nós comportámo-nos como os parolos do costume", afirmou Ribeiro e Castro à Lusa.

Em causa está a ratificação do Tratado para o Tribunal de Patentes, que o ex-líder centrista considerou, numa declaração de voto na Assembleia da República, que irá criar "um regime profundamente discriminatório entre europeus no quadro do mercado interno e do seu funcionamento, através da imposição, em matéria de patentes, de uma ‘troika' linguística: alemão, francês e inglês".

O parlamento português ratificou a 10 de abril deste ano o tratado, assinado em Bruxelas em 2013. A maioria PSD/CDS-PP votou a favor, o PS absteve-se, e votaram contra PCP, BE, PEV e José Ribeiro e Castro.

Ribeiro e Castro faz eco de uma notícia da revista sobre propriedade intelectual "World Intelectual Review" que noticia, citando vários advogados, a probabilidade de o tratado não ser ratificado antes de decorrer o referendo britânico sobre a União Europeia.

"Na melhor das hipóteses o Reino Unido só ratificará tratado em janeiro de 2018", declarou.

Para Ribeiro e Castro, Portugal sofreu do "tique do ‘bom aluno', que "faz tudo bem, mesmo quando é contra os seus interesses".

"Como se vê, não é bom aluno nenhum. É o péssimo aluno, o aluno cábula, o aluno marrão, mas burro; o aluno que não percebe, nem quer perceber; o aluno que só debita e repete, sem entender o que diz; o aluno mandrião, espertalhoto e quadrado, convencido que é inteligente; o aluno sem alma, nem ambição, graxista e lambe-botas", afirmou.

Ribeiro e Castro sublinhou que, na sequência do apelo de vinte professores universitários, que no jornal Público de dia 10 de junho pediram ao Presidente da República que não subscreva o acordo, foi lançada uma petição ‘online'.

Mais de 1900 pessoas tinham subscrito até hoje a petição.

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