Autor: Lusa/AO online
Augusto Santos Silva identificou três pilares na relação entre Lisboa e Washington, começando pela convergência estratégica, cujo símbolo é a base das Lajes, nos Açores, uma 'facility' do ponto de vista logístico, comunicacional e militar extremamente importantes para Portugal e EUA.
Na área da segurança e defesa, sublinhou, "há trabalho a fazer entre Portugal e Estados Unidos".
Numa altura em que o Pentágono está a rever a distribuição dos seus meios e forças, e já anunciou a redução do contingente na base açoriana, Portugal tem dito às autoridades norte-americanas que, "sendo, como eles bem sabem, as Lajes uma base muito importante, também há espaço, terreno para desenvolver, na área da defesa e da segurança, cooperação reforçada entre as nossas duas nações, em particular no que toca à segurança marítima e à relação entre o Atlântico norte e o Atlântico sul".
Nesta área, salientou, Portugal "faz parte da grande Aliança Atlântica" e é, como os EUA, fundador da NATO.
Mas, continuou, a relação bilateral não se resume às Lajes, é também "a comunidade luso-americana e a cooperação entre os dois Estados, as suas universidades e institutos de investigação nas áreas da fronteira".
"Portugal quer desenvolver a relação com os Estados Unidos, incrementá-la, aprofundá-la em todos estes pilares - segurança e defesa, pleno aproveitamento do enorme potencial da comunidade luso-americana e a área da cooperação nos domínios de fronteira - tecnologia, ciência, energia, saúde, turismo, novas tecnologias", afirmou perante políticos lusodescendentes, numa conferência promovida pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Os mais de um milhão de luso-americanos são "um dos elementos mais decisivos" no estreitamento da relação entre Estados Unidos e Portugal, sublinhou.
Santos Silva destacou que "Portugal é um aliado de todas as horas dos Estados Unidos, é um aliado em que os Estados Unidos sabem que podem confiar sempre" e a relação bilateral é "de grande confiança mútua".
Na sua intervenção no início de um almoço, o ministro disse que a "relação privilegiada" com os Estados Unidos é "a segunda prioridade da política externa portuguesa", depois da pertença à União Europeia e antes da "atenção muito especial e muito compreensível ao conjunto dos países que têm em comum a língua portuguesa".
Santos Silva reiterou que Portugal pode servir de ponte entre os Estados Unidos e África, recordando que durante muito tempo os dois países faziam consultas políticas regulares sobre o continente africano, uma prática interrompida que o Governo português pretende retomar.
O governante afirmou ainda que Portugal é "totalmente favorável" ao desenvolvimento do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês), de que o país "é beneficiário".