Autor: Lusa/AO Online
A agenda da visita já estava marcada há várias semanas, mas o atentado terrorista, na quarta-feira, reclamado pelo grupo extremista Estado Islâmico, contra um museu de Tunes, que vitimou 21 pessoas, vai marcar também a missão oficial.
"O atentado terrorista chocou o mundo e visou atingir a Tunísia no coração da sua economia que é o turismo. Farei todos os contactos económicos e empresariais que já estavam previstos e evidentemente levarei a solidariedade de Portugal e dos portugueses neste momento que é difícil, mas que estou certo que a Tunísia saberá superar", adiantou à Lusa Paulo Portas.
O vice-primeiro-ministro destacou que Portugal "é um país que valoriza a tolerância religiosa" e "condena sem ambiguidades o terrorismo e o fundamentalismo".
Paulo Portas contou que "as autoridades tunisinas empenharam-se muito nesta visita ao nível político e económico" e frisou que, "para Portugal, também é importante marcar a sua posição, agora que a Tunísia tem um novo Governo, novas instituições e um novo começo".
Consigo leva "um conjunto restrito de empresas", ao todo 19, que têm interesse em explorar o mercado tunisino.
"Fizemos uma missão muito seletiva precisamente porque a Tunísia está a dar os seus primeiros passos na estabilização política, na alternância entre governos e na tentativa de recuperar economicamente. Portugal tinha bastantes empresas a trabalhar na Tunísia antes da chamada Primavera Árabe, tudo isso ficou em compasso de espera e esta viagem é para retomar os contactos económicos", explicou.
A agenda oficial inclui encontros com o Presidente da República, o primeiro-ministro e os ministros dos Negócios Estrangeiros, Desenvolvimento Económico, Investimento e Cooperação, e Indústria e Minas.
A Tunísia teve eleições presidenciais no final do ano passado que deram a vitória a Beji Caid Essebsi, de 88 anos, e líder do partido laico Nidaa Tounès, contra o Presidente cessante Moncef Marzouki, de 69 anos.
Estas eleições encerraram o ciclo de transição política iniciado com a revolução de 2011 (o início da vaga de contestação conhecida como Primavera Árabe), que depôs Zine el Abidine Ben Ali, que estava no poder há 23 anos.
Foi a primeira vez desde a independência, em 1956, que os tunisinos escolheram livremente o Presidente do país.