Autor: Lusa/AO Online
O governante, que falava no final de uma visita à delegação da RTP na Horta, no âmbito de uma deslocação de dois dias aos Açores, reagia assim às declarações do presidente do Governo açoriano, Vasco Cordeiro, que entende que a solução apresentada por Poiares Maduro tem "aspetos preocupantes".
"Quero ouvir qual é a proposta alternativa que gostaria que o Governo Regional gostaria de apresentar", disse o ministro, acrescentando que a ideia de transferir o Centro Regional dos Açores da RTP para o executivo açoriano "não asseguraria as obrigações constitucionais de cumprimento do serviço público de rádio e televisão".
No seu entender, a solução correta passa pela junção das "sinergias" entre a RTP e uma nova empresa regional de produção de conteúdos audiovisuais, a criar, que permita "tirar o máximo partido" do papel e do conhecimento da RTP não apenas nos Açores, mas também no resto do país e nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
O governante explicou que, no modelo que apresentou ao presidente do Governo Regional, "há flexibilidade" para a definição do conteúdo específico que essa futura empresa regional terá, admitindo que tanto possa vir a ser uma "empresa regional com capitais privados", como "uma empresa regional que tenha também capitais públicos".
"Nós não podemos é manter o atual ‘status quo', que é uma realidade de desinvestimento e de desvalorização do serviço público de rádio e televisão nos Açores", insistiu Poiares Maduro, para quem a sua proposta de reestruturação do serviço público de rádio e televisão nos Açores, "é um bom ponto de partida".
Vasco Cordeiro manifestou na quarta-feira algumas reservas relativamente à proposta apresentada pelo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional para a RTP/Açores.
"O Governo dos Açores vê com preocupação esta proposta, porque considera que ela não responde, nesta primeira análise, àquilo que é necessário fazer no Centro Regional da RTP dos Açores e, sobretudo, no que tem a ver com a assunção plena e eficaz por parte do Estado do cumprimento deste serviço público nos Açores", disse o presidente do executivo regional.
Vasco Cordeiro comprometeu-se também a ouvir as forças políticas sobre esta matéria antes de apresentar uma contraproposta ao Governo da República.