Açoriano Oriental
Pescas
Pescadores exigem activação imediata do FUNDOPESCAS
Representantes do Sindicato Livre de Pescadores entregaram ontem na Presidência do Governo Regional cerca de 300 candidaturas exigindo a activação imediata do FUNDOPESCAS, um mecanismo  que providencia apoio financeiro em caso de mau tempo.
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Autor: Francisco Cunha
“O Sindicato Livre dos Pescadores decidiu antecipar-se face à morosidade da Sub-Secretaria das Pescas em abrir as candidaturas”, revelou Luís Carlos Brum, responsável pelo sindicato.

O fundo disponibiliza aos pescadores um apoio monetário caso o mau tempo os impeça de irem à faina. Cada pescador regional desconta 0,5%  do valor do pescado entregue nas lotas para financiar este programa.

Os documentos entregues no Palácio da Conceição destinam-se a “pressionar o Executivo” a activar o FUNDOPESCAS, com o sindicalista a advogar que a gravidade da actual situação exige uma intervenção célere.

“Nos últimos meses, em que os Invernos são muito longos e agrestes, não se compreende que o subsídios sejam atribuídos em Maio ou Abril do ano seguinte, como em 2010”, contesta Luís Carlos Brum.  De acordo com o dirigente, a Secretaria argumentou este ano que as condições climatéricas actuais não justificam activar o FUNDOPESCAS.

“Nós pensamos que isto é um pouco idílico, porque os pescadores desde Novembro que estão há muito tempo sem ir ao mar”, exemplificou, pedindo uma reunião urgente do Conselho de Administração do Fundo de Pescas.
O sindicato assegura que requereu há duas semanas uma audiência com o presidente do Governo Regional, Carlos César, para discutir o assunto, mas nem sequer obteve resposta.

A organização também protesta contra o valor atribuído pelo FUNDOPESCAS, defendendo uma equivalência ao ordenado mínimo regional e classificando o o valor actual de 250 euros como insuficiente.

 Luís Carlos Brum referiu ainda que as 350 candidaturas entregues ontem são apenas simbólicas. “Há cerca de 1500 pescadores nesta situação em toda a região dos Açores”,  revelando estar a ser preparada uma iniciativa semelhante na Terceira.

Liberato Fernandes,  presidente da Cooperativa Porto de Abrigo, também tomou parte na entrega das candidaturas, criticando a “insensibilidade” do executivo face aos problemas dos pescadores.

“Quando um Governo não considera como problema importante uma classe em que é raro encontrar um profissional com um rendimento superior a 400 euros por mês, os pescadores têm o direito de se manifestarem como entenderem”, opinou.

Coincidentemente, o protesto de ontem decorreu no 16º aniversário de um protesto em que pescadores descarregaram peixe em frente à Presidência do Governo.
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