Açoriano Oriental
Pescadores açorianos dizem que tiveram quebras de rendimento de milhões nos últimos anos
O presidente da cooperativa de pescadores dos Açores "Porto de Abrigo" afirmou hoje que, devido "a erros" da administração regional, entre 2007 e 2013 os produtores açorianos tiveram quebras de rendimentos superiores a 5,5 milhões de euros.
Pescadores açorianos dizem que tiveram quebras de rendimento de milhões nos últimos anos

Autor: Lusa/AO Online

“Os erros cometidos pela administração regional das pescas fizeram que durante o quadro comunitário 2007/2013 os produtores dos Açores tivessem visto cair os seus rendimentos num valor bruto superior a 5,5 milhões de euros”, disse à Lusa Liberato Fernandes, acrescentando que o setor vive “uma fase de penúria”.

A direção da Porto de Abrigo apresentou hoje publicamente, em conferência de imprensa em Ponta Delgada, o Plano de Produção e Comercialização para a Campanha de Pesca 2014, que já enviou para a Direção Geral dos Recursos Naturais e Segurança Marítima e para o Governo açoriano.

Entre outras coisas, o documento, segundo disse Liberato Fernandes, propõe um “caminho de autorregulação e cooperação” entre as várias entidades envolvidas neste setor de atividade.

“Nos últimos quatro anos, a gestão das Pescas passou a ser administrativa em vez de se basear na autorregulação”, argumentou.

Além da quebra de rendimentos, Liberato Fernandes denunciou um aumento do desperdício entre os pequenos pelágicos capturados nos Açores nos últimos anos.

“A Porto de Abrigo tem documentado nos primeiros sete meses de 2010 mais de 20 toneladas de retirada para destruição. Estima-se que desde essa data até agora ultrapassaram as 50 toneladas destruídas ou oferecidas, mas que representam para os produtores uma perda de rendimento”, referiu.

No caso de espécies como o goraz ou o peixão, cujas capturas Liberato Fernandes diz continuarem a decair, é proposto um plano concreto de recuperação para aplicação no próximo ano e seguintes.

“Consiste em diminuir, de forma articulada, o esforço de pesca entre janeiro e março, por ser este o período de reprodução destas espécies”, disse, acrescentando que “neste momento a captura na região de goraz e peixão situa-se em cerca de 50% da quota fixada para os Açores”.

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